Actuação do VAR leva FIFA a admitir rever lei do fora-de-jogo

Gianni Infantino apela a reflexão sobre um tema que tem gerado forte discussão. International Board reúne-se no sábado.

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LUSA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, abriu a porta a uma alteração à lei do fora-de-jogo para ajudar a minimizar os problemas que têm surgido com a análise dos lances feita pelo videoárbitro. No sábado, o International Board (organismo que tutela as leis do jogo) vai reunir-se para discutir o tema, ainda que nenhuma proposta concreta tenha sido apresentada para uma mudança nas regras.

A frustração registada na Premier League (e não só) com a invalidação de lances de ataque por margens de fora-de-jogo de escassos centímetros, em muitos casos medidas pelo calcanhar do atacante, tem gerado pedidos de uma abordagem diferente por parte das equipas de arbitragem.

Algumas sugestões vão no sentido de que se assinale apenas a infracção quando for claro o adiantamento do avançado (quando, por exemplo, o árbitro assistente vir luz entre avançado e defesa), outras (como a assumida pelo antigo treinador Arsène Wenger) são mais específicas, defendendo que o jogador seja considerado em jogo desde que qualquer parte do corpo que possa utilizar para fazer golo esteja alinhada por ou atrás do último defesa.

“O fora-de-jogo é um assunto que temos de abordar e, pessoalmente, sou a favor de debatermos uma nova forma de olharmos para esta regra, para ver se conseguimos ajudar, porque creio que este assunto é mais uma questão de interpretação”, afirmou Infantino, nesta sexta-feira.

“Algumas decisões são ditadas por margens muito pequenas e é difícil para as pessoas saberem se é fora-de-jogo, por isso temos de avaliar se conseguimos tornar esta regra mais clara. Mas está aberta a discussão... Não vai haver decisão porque não há nenhuma proposta em cima da mesa. Mas temos de discutir e ver se faz sentido testarmos alternativas”, acrescentou.

Quanto à possibilidade de aplicar uma margem de erro na medição, Gianni Infantino rejeita a ideia. “Não resolve o problema. Mesmo que usemos uma margem de 10 centímetros, quando estiver 11cm adiantado será um a mais, e se decidirmos 10,1cm, vamos depois falar em 10,2cm... Não é solução”, assinalou, explicando depois que noutras Ligas a questão não é colocada com tanta frequência. “Em Itália, em Espanha, em Portugal e na Alemanha esta discussão sobre o VAR não existe. Mas isso não é um problema, é apenas algo a que devemos prestar atenção”.

De todo o modo, o presidente da FIFA deixa uma garantia ("O VAR veio para ficar") e uma reflexão sobre o uso da tecnologia: “Se precisamos de 10 minutos para verificar se um jogador está ou não em fora-de-jogo, talvez não esteja”.

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