PSP identificou matrículas de motociclistas que invadiram funerais das vítimas do acidente da Segunda Circular

Depois de terem impedido a circulação na Segunda Circular, pouco depois da corrida de alta velocidade em que morreram três pessoas, motociclistas invadiram funerais das vítimas e chegaram a cercar os agentes da PSP.

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Um dos funerais realizou-se no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa Daniel Rocha

A PSP conseguiu identificar algumas matrículas das viaturas em que se deslocavam os motociclistas que invadiram o Cemitério dos Prazeres, na Estrela, em Lisboa, enquanto se realizava o funeral de uma das três vítimas mortais do acidente na Segunda Circular, na madrugada da última sexta-feira. 

Num comunicado, a PSP confirmou que, por volta das 15h30 desta quarta-feira, foi alertada para o facto de um grupo elevado de motociclistas ter dado entrada no cemitério “com acelerações constantes e ruidosas” e que provocaram “elevado ruído e poluição”, enquanto decorria o funeral.

Pouco antes, na Damaia, onde se realizava o funeral de outra das vítimas, também tinham sido registados incidentes envolvendo motociclistas que chegaram a cercar a viatura em que circulavam polícias da Esquadra de Trânsito da Divisão Policial da Amadora.

Os motociclistas empurraram os agentes da PSP para “tentar impedir a fiscalização dos infractores, chegando até a tentar a agressão aos agentes”, segundo o comunicado da PSP, que acrescenta que “perante o aumento da ameaça e de forma a restabelecer a ordem e manter a segurança dos polícias no local, em número manifestamente inferior aos desordeiros, foi necessário recorrer ao recurso passivo da arma de fogo”. 

O grupo de motociclistas dispersou “após a chegada de mais meios ao local”, mas, perante a ausência de condições de segurança não foi possível proceder à identificação de nenhum desordeiro”, acrescenta a PSP.

Na véspera, recorde-se, a PSP tinha sido já chamada a desimpedir a Segunda Circular depois de, junto a um posto de combustível existente naquela via, se terem concentrado 15o viaturas e 500 pessoas que impediram a normal circulação rodoviária. “Apesar de ter sido ordenado às pessoas ali concentradas que removessem as viaturas e desimpedissem a via rodoviária, tal não sucedeu”, descreve a PSP, garantindo ter conseguido registar as marcas e matrículas das viaturas usadas para cortar o trânsito. A circulação viria a ser restabelecida por volta das 1h30, cerca de uma hora e meia depois de a PSP ter sido chamada a intervir. 

“Os comportamentos descritos, para além de constituírem ilícito contra-ordenacional, são passíveis de terem enquadramento criminal, por atentarem contra a segurança do transporte rodoviário”, sublinha aquela força policial, dizendo estar a tentar identificar os respectivos condutores. 

Estes incidentes ocorreram depois de três pessoas terem morrido na sequência de um despiste que ocorreu durante uma corrida a alta velocidade na Segunda Circular. 

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