Modernas ou fantasmas - assim são as novas cidades do mundo

Foram construídas para serem capitais, de novos e velhos países. Umas tornaram-se metrópoles modernas, outras são aglomerados fantasma, habitados por muito poucos - ou por crocodilos.

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Ordos Kangbashi David Grey/Reuters

Camberra, Austrália

Criada de raiz para acabar com a rivalidade entre Sydney e Melbourne, as duas maiores cidades da Austrália, Camberra foi desenhada para ser a capital do país pelos arquitectos Walter Burley Griffin e Marion Mahony que ganharam o concurso internacional. Exemplo do movimento cidade-jardim, criado por Ebenezer Howard, começou a ser construída em 1913 e só ficou pronta em 1927.
 

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Chandigarh, Índia

Com a independência indiana em 1947 e a partição da antiga colónia britânica em Índia e Paquistão o Punjab foi dividido em dois e Lahore, a capital, ficou do lado paquistanês, deixando a província indiana sem centro administrativo. Foi assim criada Chandigarh, símbolo de um país independente, cidade modernista desenhada por Le Corbusier no sopé dos Himalaias.
 

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Chandigarh, na Índia Reuters

Brasília, Brasil

Desde 1891 que estava prevista a mudança da capital do Rio de Janeiro para o interior do país, tendo uma comissão exploradora, liderada por Luís Kruls, feito um levantamento sobre a região do planalto central. Mas foi preciso mais de meio século para Brasília nascer, com plano urbanístico de Lúcio Costa, arquitectura de Oscar Niemeyer e engenharia de Joaquim Cardozo.

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Brasília

Islamabad, Paquistão

Criada para substituir Karachi como a capital do Paquistão, como veio a acontecer em 1963, o seu projecto remonta aos primórdios da independência do país, em 1947, mas o seu plano urbanístico é de 1958. Visava dar da nova nação muçulmana uma imagem de cosmopolitismo. Hoje é a mais moderna, mais bem organizada, mais limpa e conservada cidade paquistanesa.

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Islamabad Adrees Latif/Reuters


Abuja, Nigéria

Já foi a cidade com maior taxa de crescimento do mundo e a sua área metropolitana já supera os seis milhões de habitantes apesar de ter pouco mais de 30 anos. Localizada no centro da Nigéria, zona considerado neutral para as principais etnias do país, Abuja começou a ser construída em 1976, mas só no final dos anos 1980 se deu por concluída, passando a capital em 1991.


Cyberjaya, Malásia

É uma das cidades asiáticas desenvolvidas para ser um centro de tecnologias de informação. A ideia surgiu em 1995, a partir de um estudo da consultora McKinsey, encomendado pelo Governo da Malásia, para o chamado Super Corredor Multimédia. A cerimónia oficial de inauguração da cidade do futuro aconteceu em 1997, mas a crise financeira asiática atrasou o sua implantação.


Nur-sultan, Cazaquistão

Uma das cidades mais modernas da Ásia Central (planeada pelo arquitecto japonês Kisho Kurokawa) chamou-se Akmola, Akmolinsk no tempo soviético, Astana quando se transformou em capital, em 1998, e Nur-sultan desde 2019, quando o Parlamento decidiu por unanimidade homenagear o único Presidente que o Cazaquistão conhecera desde a independência, Nursultan Nazarbayev.

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Nur-Sultan Pavel Mikheyev/Reuters


Ordos Kangbashi, China

Construída no deserto da Mongólia Interior, província de maioria muçulmana que Pequim pretende mudar demograficamente e religiosamente, Ordos e o seu distrito de Kangbashi são exemplo da vontade de atrair chineses de etnia han para a região. Pensada para um milhão de pessoas, nem as 300 mil para qual foi desenhada conseguiu atrair. Daí lhe chamarem cidade-fantasma. 

Naypyidaw, Birmânia

Terá custado quatro mil milhões de dólares, estende-se por uma área seis vezes maior que a de Nova Iorque, tem avenidas com 20 faixas, quatro campos de golfe, um parque de safaris e um jardim zoológico, mas faltam-lhe pessoas. Mesmo hoje, 15 anos depois da sua inauguração, Naipidaw é uma cidade sem vida, um projecto que está por cumprir, embora seja a capital administrativa desde 2006.

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Naypyidaw, na Birmânia Reuters

New Clark City, Filipinas

Se se cumprir o anunciado pelo Governo o ano passado, New Clark City passará a ser a nova capital das Filipinas em 2030, depois de uma proposta do Senado para descongestionar a área metropolitana de Manila, onde vivem 13 milhões de pessoas à mercê de inundações cíclicas. O processo de transferência para a primeira cidade inteligente, ecológica e sustentável do país será feito por fases e já se iniciou.


Sejong, Coreia do Sul 

Inaugurada em 2012, Sejong faz parte de um plano elaborado em 2002 pelas autoridades sul-coreanas para mudar alguns organismos oficiais da congestionada Seul para uma nova capital administrativa. A cidade tem atraído população jovem e já é hoje aquela com maior taxa de fertilidade em todo o país. Nas previsões do Governo, Sejong deverá chegar aos 500 mil habitantes em 2030.

Kalimantan, Indonésia

Com a megalópolis Jacarta a afundar-se, congestionada e poluída, o plano de criar uma nova capital foi anunciado o ano passado pelo Presidente Joko Widodo. Vai passar da maior ilha, Java, para Kalimantan Oriental na ilha de Bornéu e Widodo gostava que fosse uma nova Camberra. Mas destruir uma zona de selva para construir uma cidade do zero está a gerar muitas críticas.

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