O Benfica foi o último a ser atingido pelo vírus da Liga Europa

Depois da derrota na Ucrânia, “encarnados” empatam (3-3) na Luz com o Shakhtar Donetsk e seguem pelo mesmo caminho das outras equipas portuguesas: a eliminação.

Pizzi marcou e assistiu, mas o Benfica foi eliminado na Liga Europa
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Pizzi marcou e assistiu, mas o Benfica foi eliminado na Liga Europa LUSA/JOSE SENA GOULAO
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Luís Castro felicita os seus jogadores pelo apuramento LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
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Bruno Lage desalentado no banco do Benfica LUSA/MIGUEL A. LOPES
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O lance do segundo golo do Benfica LUSA/JOSE SENA GOULAO
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Rafa tenta passar pelo guarda-redes do Shakhtar LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Lance do jogo entre o Benfica e o Shkahtar LUSA/MIGUEL A. LOPES

Na Europa está instalado o receio em torno do novo coronavírus, com vários infectados com esta doença, que já originou diversas mortes. E, nesta quinta-feira, as equipas portuguesas que competiram na Liga Europa foram afectadas por outro vírus, com denominação desconhecida mas com consequências drásticas, que levaram à eliminação de todas elas. O Benfica foi apenas o último “infectado”, sendo eliminado das competições europeias pelo Shakhtar Donetsk após empatar no Estádio da Luz por 3-3, resultado insuficiente para contrariar a derrota por 2-1, uma semana antes, na Ucrânia.

Os “encarnados”, é bem verdade, já vinham apresentando sintomas de doença nos jogos mais recentes. Um único triunfo nos últimos cinco encontros era sintoma de que as coisas não estavam bem. Bruno Lage até já tinha diagnosticado o mal que afectava a sua equipa, que se vinha revelando demasiado frágil a defender. E, nesta quinta-feira, era importante não voltar a sentir esse sintoma, pois nas competições europeias os golos sofridos em casa são mais mortíferos.

Sabendo que o Shakhtar é uma equipa perigosa do meio-campo para a frente mas pouco fiável do meio campo para trás e consciente de que tinha de marcar golos para dar a volta à eliminatória, o treinador benfiquista optou por montar um “onze” com mais capacidade de pressão numa zona mais adiantada do terreno. Por isso, comparando com a equipa que jogou em Barcelos, três dias antes, o técnico apostou em Chiquinho, retirando Samaris. Na frente surgiu Dyego Sousa, pela primeira vez titular com a camisola “encarnada” para ocupar o lugar que tem sido de Vinícius. Uma questão de maior frescura e melhor jogo aéreo.

E o jogo até começou bem para o Benfica. Nos primeiro 10 minutos, os benfiquistas construíram um par de ocasiões de golo, que acabaria mesmo por surgir após uma arrancada de Pizzi, que rematou já no interior da área ucraniana e inaugurou o marcador logo aos 9’.

O Benfica estava apurado para os “oitavos” com aquele resultado mas, tal como sucedeu ao longo de toda a partida, mostrou-se sempre incapaz de se equilibrar. Apenas três minutos depois do golo, mais um daqueles lances construídos pelos sete brasileiros do Shakhtar mostraram que apesar de o diagnóstico estar feito, a cura está longe de ser encontrada – bola encaminhada em profundidade para as costas de Grimaldo, cruzamento para a boca da baliza e Moraes a atrapalhar Ferro e Rúben Dias, com este último a fazer autogolo.

A sofrer em casa há sete jogos

As “águias” “foram-se abaixo” e demoraram a recompor-se. Durante longos minutos não voltaram a conseguir desequilibrar a defesa do Shakhtar, que recuou, juntou mais as suas linhas e, com isso, ganhou solidez defensiva, mantendo, contudo, a capacidade para criar perigo em rápidos contra-ataques - Ismaily quase aumentou a dor “encarnada” ao acertar no poste.

O Benfica recuperou o ânimo através de um lance de bola parada. Um canto marcado por Pizzi foi bem aproveitado por Rúben Dias que, de cabeça, igualou a eliminatória, levando os benfiquistas na frente do marcador para o intervalo.

E o descanso fez bem ao Benfica, até porque um mau passe de Matvyenko para o guarda-redes Pyatov deixou a bola em Dyego Sousa, que serviu Rafa, com o internacional português a finalizar com classe.

O Benfica voltava a estar apurado para os “oitavos” e voltou a não ter quase tempo para festejar. Dois minutos depois, na sequência de um canto, má abordagem à bola de Rúben Dias e novo golo do Shakhtar.

Com a equipa a mostrar alguns sinais de fadiga, que contrastavam com a frescura física de um Shakhtar que só recentemente regressou à competição após a paragem de Inverno do campeonato ucraniano (que, aliás, lidera de forma folgada, ao contrário do Benfica no campeonato português) Bruno Lage tentou refrescar a equipa e dar-lhe ainda mais presença na área adversária, fazendo sair Chiquinho colocando Seferovic.

E o suíço teve na cabeça a hipótese de desempatar a eliminatória (69’), só que o cabeceamento saiu frouxo e ao lado. Um falhanço que custou caro, pois dois minutos depois, em mais um contra-ataque fulminante, desta vez pelo lado direito da defesa “encarnada”, o Shakhtar evidenciou, de novo, as debilidades defensivas benfiquistas, chegando ao golo do empate e ferindo de morte o Benfica, que anda há sete jogos consecutivos a sofrer golos em sua casa e há quase tantos anos a dizer adeus às competições europeias de forma prematura.

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