João Ribas nomeado director do espaço REDCAT do Instituto de Artes da Califórnia

Ex-director artístico do Museu de Serralves vai também ser vice-presidente para as parcerias culturais deste centro multidisciplinar em Los Angeles.

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João Ribas Nelson Garrido

O curador português João Ribas vai ser o novo director do espaço REDCAT, que faz parte do Instituto de Artes da Califórnia (CalArts), nos Estados Unidos, e vice-presidente para  Parcerias Culturais da instituição, anunciou aquele organismo.

“O CalArts anunciou a nomeação de João Ribas como director executivo do REDCAT (Roy and Edna Disney/CalArts Theater) e vice-presidente para Parcerias Culturais”, lê-se num comunicado divulgado no site oficial do instituto norte-americano. REDCAT é o “centro multidisciplinar da CalArts para artistas visuais, performers e media inovadores”.

“O João traz uma profunda experiência de trabalhar directamente com os artistas” e “tem sido um grande defensor da livre expressão e da diversidade, valores que se tornaram fundamentais para ele a partir da sua própria experiência como imigrante crescendo em Newark, New Jersey”, disse o presidente do CalArts, Ravi Rajan.  

Citado pelo site Art News, Ribas disse que a sua visão para o REDCAT passa por aprofundar o seu papel “no estímulo à experimentação e à criatividade”. O curador manifestou ainda o desejo de “expandir a perspectiva global” daquele espaço, mas também de intensificar “o seu envolvimento com Los Angeles”.

João Ribas sucede ao director histórico do REDCAT, Mark Murphy, que o dirigiu desde a sua fundação, há 17 anos, até há pouco mais de um ano, quando deixou o cargo. A função vinha sendo exercida com o auxílio do director associado Edgar Miramontes, agora promovido a director-adjunto. Ribas “foi seleccionado num processo que durou nove meses”, tendo sido “recomendado por toda a diversificada comunidade envolvida” na escolha, disse a instituição. O curador português, que reportará ao presidente do CalArts, Ravi Rajan, inicia funções no próximo dia 1 de Junho.

João Ribas, de 40 anos, nasceu em Braga e viveu, desde a infância, quase sempre nos Estados Unidos, onde encetou a carreira de curadoria na galeria PS1, afiliada do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), com a historiadora Carolyn Christov-Bakargiev. Trabalhou depois em instituições como The Drawing Center, em Nova Iorque, onde foi curador, assim como no MIT List Arts Center, de onde partiu para trabalhar no Museu de Serralves, entre 2014 e 2018, primeiro como adjunto de Suzanne Cotter e depois como director.

Ribas demitiu-se do cargo de director do Museu de Serralves em Setembro de 2018, na sequência de uma polémica em torno da exposição Robert Mapplethorpe: Pictures, alegando “violação continuada” da sua “autonomia técnica e artística”.

Nos Estados Unidos, Ribas recebeu, durante quatro anos seguidos, de 2008 a 2010, os prémios de melhor exposição da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA) e o prémio Emily Hall Tremaine (2010). Foi professor na Universidade de Yale, na School of Visual Arts de Nova Iorque e na Rhode Island School of Design. Em 2019, foi curador da representação oficial portuguesa para a 58.ª Exposição Internacional de Arte Bienal de Veneza 2019.

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