Instituto de Artes Contemporâneas de Londres dedica retrospectiva a Pedro Costa

Vitalina Varela, o mais recente filme do realizador português, estreia nas salas britânicas na sexta-feira.

Foto
Pedro Costa no Festival de Locarno, em Agosto de 2019 URS FLUEELER

O filme português Vitalina Varela, de Pedro Costa, vai estrear na próxima sexta-feira nas salas de cinema britânicas, incluindo o Instituto de Artes Contemporâneas (ICA), em Londres, que vai fazer uma retrospectiva da obra do realizador ao longo de duas semanas.

O ciclo do ICA dedicado a Pedro Costa arranca com uma apresentação especial de Vitalina Varela na terça-feira, que inclui uma sessão de perguntas e respostas com o realizador português, que vai também estar presente nas projecções dos filmes Casa de Lava, na quinta-feira, e Ossos, no sábado.

Até 15 de Março será possível assistir na mesma sala de cinema a No Quarto de Vanda (2000), Juventude em Marcha (2006), O Nosso Homem (2010) e Cavalo Dinheiro (2014).

“Esta retrospectiva do ICA destaca o compromisso de Costa ao longo de 25 anos em observar e enquadrar as vidas e dificuldades dos habitantes das Fontainhas”, refere a instituição britânica fundada em 1946. O texto de divulgação descreve os filmes do cineasta português como “uma abordagem visual distinta, adoptando o claro-escuro na imagem em movimento de maneira semelhante à que Caravaggio usou na pintura, mas com dimensões políticas e radicais fortemente incorporadas na sua actividade”.

Vitalina Varela teve estreia mundial em Agosto do ano passado no Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, onde arrecadou dois dos principais prémios: Leopardo de Ouro e Leopardo de melhor interpretação feminina. Desde então, tem sido exibido e tem recebido vários prémios em diversos festivais internacionais de cinema.

O filme conta a história de uma mulher que viveu grande parte da vida à espera de ir ter com o marido, Joaquim, emigrado em Portugal. Sabendo que ele morreu, Vitalina Varela chega a Portugal três dias depois do funeral.

Pedro Costa conheceu Vitalina Varela quando rodava o filme anterior, Cavalo Dinheiro, acabando por incluir parte da história dela na narrativa e dando-lhe agora protagonismo na nova obra cinematográfica.

Quando recebeu o prémio em Locarno, Pedro Costa afirmou que a distinção era “muito importante para as pessoas que fizeram o filme": “Falo de pessoas que vivem hoje no esquecimento, dormem nas ruas, são torturadas. O cinema pode protegê-los, de certa forma vingar uma parte desta situação, porque pode ser exibido em qualquer lado”, disse.

Sugerir correcção
Comentar