Drogada, violada e aprisionada. Duffy diz por que se retirou da esfera pública

Cantora galesa explica que se afastou para recuperar do trauma. E agradece aos fãs, a quem promete responder nos próximos dias.

Foto
Duffy tem hoje 35 anos Reuters/Vivek Prakash

Esteve anos afastada depois do bem-sucedido Rockferry (2008) e do mais discreto Endlessly (2010) sem que se soubesse porquê. Agora, Aimee Anne Duffy, a cantora galesa conhecida simplesmente como Duffy, explica-se na sua conta de Instagram: “A verdade é que, e por favor confiem em mim quando digo que estou bem, fui violada e drogada e mantida presa durante alguns dias. É claro que sobrevivi. A recuperação levou tempo. Não há uma maneira branda de dizer isto. Mas posso dizer-vos que na última década, durante milhares e milhares de dias, empenhei-me em sentir o sol a brilhar no meu coração outra vez, e ele agora brilha.”

A intérprete, hoje com 35 anos, não avança pormenores quanto ao rapto, mas diz que resolveu falar publicamente sobre o assunto ao descobrir, na sequência de um pedido de entrevista, que isso lhe fazia bem. E acrescenta, na mesma rede social, que nos próximos dias publicará excertos de uma entrevista e se disponibilizará a responder, na medida do possível, a perguntas dos fãs. 

Comparada com Adele e Amy Winehouse, Duffy teve reconhecimento instantâneo com o seu álbum de estreia, recorda o diário britânico The Guardian, fazendo a lista de conquistas de Rockferry: álbum mais comprado no Reino Unido nesse ano, três prémios da indústria fonográfica britânica, um lugar entre os cinco discos mais populares de 2008 no top norte-americano, um Grammy e nove milhões de cópias vendidas.

Rockferry, sete vezes disco de platina e n.º 1 em seis países, de acordo com a BBC, teve Mercy e Warwick Avenue como canções mais aplaudidas.

“Perguntam-se porque não optei por usar a minha voz para expressar a minha dor. Não quis mostrar ao mundo a tristeza nos meus olhos. E perguntei-me: ‘Como posso cantar com o coração se está partido?’ E, devagar, deixou de estar”, continua Duffy no Instagram, num post em que pede ainda respeito pela sua privacidade e pela da família.

Desde o álbum de 2010, Duffy lançou apenas uma canção, Whole lot of love, que apareceu num filme de Tom Hardy em 2015, e deu raras entrevistas. O seu produtor, Bernard Butler, chegou a admitir em 2014 que ela, sendo ainda muito nova à data do sucesso estrondoso de Rockferry, tinha cedido à pressão da indústria, do meio. A própria cantora reconhecera no ano anterior à revista Esquire que se vira transformada num produto, numa mulher de negócios, e que isso não lhe agradava.

Duffy termina esta mensagem agradecendo a “bondade” dos seus 30 mil seguidores  entretanto, depois do post publicado, o número subiu para 109 mil no Instagram ao longo dos últimos anos: “Vocês têm sido meus amigos. E eu quero agradecer-vos por isso.”

Sugerir correcção
Ler 10 comentários