Barcelona conseguiu um lugar no autocarro do Nápoles

Em Londres, o Bayern Munique praticamente fechou a eliminatória frente ao Chelsea.

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Messi e Di Lorenzo em acção em Nápoles LUSA/CESARE ABBATE

Nápoles e Barcelona empataram (1-1) em Itália, nesta terça-feira, em jogo da primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Os espanhóis, que utilizaram Nélson Semedo, adiantam-se na eliminatória num jogo em que tiveram de suar muito para penetrar no “autocarro” montado pelos italianos, que tiveram Mário Rui em campo. Na segunda mão, em Camp Nou, um empate a zero servirá os interesses do Barcelona.

No San Paolo, a primeira parte trouxe um domínio total do Barcelona. Quase 70% de posse de bola para os catalães, cujos centrais jogaram quase toda a primeira parte bem à frente da linha do meio-campo.

Em vários momentos estiveram 21 jogadores no meio-campo defensivo do Nápoles, algo que, quando acontece, costuma significar dificuldades para quem está a atacar. A equipa de Gattuso montou um autêntico autocarro à frente da sua área, com a equipa bem compacta, e, com isso, tapou, por um lado, todos os espaços possíveis para que o Barcelona colocasse passes verticais e, por outro, raramente abriu espaço para Messi (sempre assobiado pelo público do San Paolo) e Griezmann trabalharem entre linhas.

O cenário foi, portanto, um “carrossel” constante do Barcelona, procurando, pacientemente, espaços para quebrar a “teia” napolitana, mas a baliza de Ospina nunca foi alvejada convenientemente.

Eis que, aos 30 minutos, o Nápoles decidiu atacar. Pressionando Júnior Firpo a errar, Zielinski recuperou a bola em zona adiantada, correu, virou o flanco para Mertens e deixou o belga fazer o que já fez inúmeras vezes na carreira: receber a bola na esquerda, puxar para dentro e rematar em arco, de pé direito, “na cara” de Nélson Semedo. Nos últimos anos, Mertens passou de um extremo desequilibrador para um dos melhores finalizadores do mundo. E provou-o, uma vez mais, chegando a um registo especial: tornou-se o melhor marcador da história do Nápoles, com 121 golos (os mesmos de Hamsik, mas em muito menos jogos).

O golo de Mertens teve tanto de espectacular como de injusto, mas penalizou uma equipa catalã que, apesar de muito balanceada para o ataque, raramente soube criar espaços, trocando a bola de forma suave para um Nápoles compacto, agressivo e, sobretudo, concentrado.

E para que não restassem dúvidas de que atacar muito não é atacar bem, o Nápoles ainda teve hipóteses de fazer o 2-0, aos 42’, quando Callejón cruzou para um remate perigoso de Manolas, no centro da área.

Na segunda parte, já com Arthur em campo, o Barcelona fez a melhor jogada até então. Foi criado o primeiro desequilíbrio no Nápoles, com Busquets a lançar Nélson Semedo em profundidade. O português cruzou rasteiro e Griezmann finalizou.

O golo sofrido em casa deu ao Nápoles maior atrevimento para procurar outro resultado e isso abriu os espaços que não existiram na primeira parte. Aos 65’, Messi soltou-se e por pouco não bateu Ospina, tal como aos 76’.

A vontade do Nápoles de se esticar no terreno não foi acompanhada pelo engenho para o fazer – é uma equipa claramente talhada para o processo defensivo – e o Barcelona controlou, com bola, os últimos 15 minutos.

Arturo Vidal ainda foi expulso, vendo dois amarelos seguidos, e, tal como Busquets, falhará o jogo da segunda mão, em Camp Nou.

Bayern com bilhete comprado

Em Londres, o Bayern Munique começou e praticamente fechou a eliminatória frente ao Chelsea. Com dez vitórias e um empate nos últimos onze jogos, os alemães chegaram a Inglaterra em velocidade de cruzeiro e, depois de uma primeira parte com algumas oportunidades de golo, resolveram o jogo na segunda.

Com 39 golos na época, Robert Lewandowski, que já tinha desperdiçado lances antes do intervalo, mudou de ofício e passou para o labor das assistências. Assistiu Gnabry para o primeiro golo, aos 51’, e repetiu a dose aos 54’. Gnabry festejou o bis a preceito, com a já tradicional imitação de um cozinheiro.

O alemão cozinhou, para o Bayern, a chegada aos quartos-de-final da Champions, com ajuda de Lewandowski, que ainda “matou” a eliminatória. O Bayern está dependente, apenas, de um mero empate em Munique, frente ao Chelsea. E mesmo uma improvável derrota por 0-2 chegará para seguir em frente.

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