Animal quer autoridades a fiscalizar outros cães na herdade de João Moura

O cavaleiro tauromáquico foi detido na última quarta-feira por suspeitas de maus-tratos a cães. A Animal diz querer ajudar os outros galgos, criados para vender e usar nas corridas, que permanecem na herdade em Monforte, Portalegre.

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Alguns dos galgos na herdade do cavaleiro tauromáquico, João Moura

A Animal quer que as autoridades fiscalizem os outros animais que permanecem na herdade do cavaleiro tauromáquico João Moura, detido na quarta-feira, 19 de Fevereiro, por suspeitas de maus-tratos a cães em Monforte, distrito de Portalegre, e que apreendam os que possam estar em risco.

Em comunicado, Rita Silva indica que a Animal “tomou conhecimento de que estes casos na herdade de João Moura não são de agora, o que muito lamenta”. “Soubemos que a denúncia que espoletou todo este episódio foi anónima e, no que de nós depender, assim se manterá. Contudo, e para que possamos tentar ajudar os animais que lá ficaram, incluindo cadelas a amamentar e suas crias, apelamos a que a pessoa entre em contacto connosco. A sua identidade nunca será revelada por nós, garantimos, mas queremos iniciar todos os procedimentos legais possíveis para ajudar os outros animais e a ajuda dessa pessoa seria fundamental”, sublinha.

O cavaleiro tauromáquico foi detido na sequência do cumprimento de um mandado de busca à sua propriedade, que resultou ainda na apreensão de 18 cães. Um deles morreu na quinta-feira, 20 de Fevereiro. Presente no mesmo dia a tribunal, para ser interrogado, foi-lhe imposto termo de identidade e residência, a medida de coação menos grave e que obrigatoriamente é aplicada a um arguido.

A presidente da organização destaca que a Animal quer “fazer deste um caso exemplar”. “Queremos que as pessoas repensem a forma como diferenciam os animais, cujo sofrimento é o mesmo independentemente da espécie a que pertençam. Queremos que o sofrimento atroz daqueles cães não tenha sido em vão”, remata.

Na semana passada, a Animal anunciou que vai constituir-se assistente no processo criminal contra João Moura. A organização de defesa dos direitos dos animais, que será representada pelo advogado Garcia Pereira, referiu que "corridas estimuladas por treinos negativos, maus-tratos e exploração de cães para obtenção de benefícios financeiros ou para entretenimento humano é algo errado".

A Animal assinalou que João Moura, “identificado como o maior criador de galgos do país, é um dos principais promotores de corridas de cães em Portugal”, tendo sido constituído arguido pelo crime de maus-tratos a galgos que cria, vende e usa em corridas.

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