Caso do homem forçado a inalar de tubo de escape foi “aposta realizada livremente”, diz PSP

Os sete intervenientes, incluindo a suposta vítima, foram todos identificados. Factos vão seguir para o Ministério Público de qualquer maneira, para o caso de o jovem ter sofrido lesões.

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O vídeo que mostrava um homem negro a ser aparentemente forçado a respirar os gases que saíam de um tubo de escape de uma viatura em aceleração, e que esta quarta-feira se tornou viral na internet, não mostra, afinal, um crime, mas “uma aposta realizada livremente entre os intervenientes”, garantiu esta quinta-feira a PSP.

Numa nota enviada à imprensa, o gabinete de comunicação da direcção nacional da PSP explica que o caso aconteceu na noite de 17 de Fevereiro, na zona da Grande Lisboa e que os sete indivíduos que intervieram no vídeo – incluindo a suposta vítima – estão todos identificados. Serão, segundo a PSP, todos amigos, com idades entre os 22 e os 25 anos.

Apesar destas conclusões, a PSP não põe de parte que o jovem que aparece no vídeo como a suposta vítima – e a quem, a determinada altura, chamam “Marega”, o jogador do FC Porto que este fim-de-semana abandonou um jogo depois de repetidamente confrontado com insultos e sons de carácter racista – possa ter “sofrido lesões pela inspiração do fumo”, pelo que “irá transmitir toda a investigação ao Ministério Público, para avaliação do possível enquadramento em contexto de legislação penal”, refere-se na nota.

O vídeo, ou imagens dele retirado, foi partilhado nas redes sociais por várias pessoas, incluindo o humorista Rui Unas, que publicou uma imagem em que se vê um jovem negro deitado no chão junto a um tubo de escape com mãos de pessoas brancas a agarrá-lo. Unas classificou o vídeo como “absolutamente nojento”.

No comunicado que esta quinta-feira de manhã fez chegar às redacções, a PSP agradece a todos os que, “tendo visualizado as imagens e as consideraram chocantes, de imediato, as referenciaram”, já que isso permitiu uma investigação rápida do caso. Várias mensagens com o vídeo chegaram na quarta-feira à PSP, que interveio de imediato, tendo identificado os intervenientes ainda na noite desse dia.

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