Joel Pinheiro da Fonseca. Os erros dos governos do PT, a reacção ultraconservadora e o papel das redes sociais no Brasil

O convidado desta semana no 45 Graus é Joel Pinheiro da Fonseca, economista e filósofo brasileiro, presença frequente na comunicação social no Brasil, com colunas de opinião no jornal Folha de S.Paulo e na revista Exame, assim como um canal de YouTube onde se notabilizou pela análise regular à política brasileira. 

No actual ambiente polarizado que se vive no Brasil, Joel Pinheiro da Fonseca distingue-se desde logo por se afirmar como liberal, o que significa que não é próximo nem dos governos do PT nem do actual governo de Jair Bolsonaro. 

Durante a conversa percorre-se uma série de aspectos que explicam as mudanças recentes na política brasileira. Como se chegou a este ponto? A primeira questão leva a uma reflexão sobre os erros dos governos do PT em relação à economia, desde a abertura aos mercados internacionais às políticas de educação. Olhando para o futuro, fala-se sobre o governo de Jair Bolsonaro e o que se pode esperar, em particular, em termos de políticas económicas.

De seguida, passa-se às mudanças mais profundas, como a reacção conservadora que se vive no Brasil e perda de confiança dos cidadãos nas instituições e na democracia. Estes são aspectos com um impacto bem mais profundo do que as flutuações da economia na opinião dos eleitores, até porque tocam em algo muito mais fundamental: a identidade. O impacto destes factores na mudança política que levou Bolsonaro ao poder tem aspectos que são particulares ao Brasil, mas insere-se numa tendência transversal à ascensão de movimentos populistas, sobretudo de extrema-direita, nas democracias ocidentais.

Um aspecto com um impacto inegável na perda de confiança dos cidadãos nas instituições é a “desintermediação” provocada pelo surgimento das redes sociais. No Brasil, destaca-se em particular o papel do WhatsApp, que passou, para muitas pessoas, a ser o único meio de obtenção de “informação”, transmitida por amigos e conhecidos — informação não filtrada e que fechou as vias de informação tradicionais dos jornais e mesmo da televisão. A propósito da ascensão dos movimentos populistas de direita, fala-se também do caso português (onde já existe um partido do género no Parlamento). A rematar a conversa, houve ainda tempo ainda para falar um pouco sobre os desafios do liberalismo quer no Brasil, quer em Portugal.

Subscreva o programa 45 Graus no iTunes, Spotify ou nas aplicações para podcasts. Descubra outros programas em publico.pt/podcasts.

Nota: a capa da revista The Economist referida na entrevista não é de 2013, mas sim de 2009.

Sugerir correcção
Comentar