Vendedores de Nairobi arriscam quatro anos de prisão por usarem sacos de plástico

Três vendedores de rua foram detidos no Quénia na posse de sacos de plástico. O país tem das leis mais restritivas do mundo sobre a sua utilização.

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Um vendedor de rua em Nairobi com um saco de plástico Daniel Irungu/EPA

Multas que podem ir até aos 37 mil euros e penas de prisão de entre um e quatro anos é a espada de Dâmocles judicial que pesa sobre a cabeça de três vendedores de rua de Nairobi, apanhados na rua a comercializar ameixas, maracujás e cana-de-açúcar em sacos de plástico.

De acordo com a polícia, os homens foram apanhados na terça-feira na posse de 500 sacos de plástico e estava previsto serem apresentados a um juiz ainda nesse dia, afirmou a Autoridade de Gestão do Ambiente Nacional (NEMA) no Twitter.

Desde 2017 que o Quénia proibiu a utilização de sacos de plástico em qualquer circunstância e instituiu multas e penas pesadas para os infractores. Até essa altura, de acordo com as Nações Unidas, os supermercados do país distribuíam gratuitamente cerca de 100 milhões de sacos de plástico por ano, com os danos que isso pressupõe para o meio ambiente.

Num país onde um terço da população sobrevive com menos de 1,75 euros por dia, a detenção dos três homens gerou muitas críticas nas redes sociais, com acusações de que as autoridades estão a apontar aos pobres, esquecendo que o plástico continua a ser usado no país sob outras formas.

De acordo com um estudo da NEMA, antes de entrar em vigor a proibição em Agosto de 2017, mais de metade do gado em zonas urbanas do país tinha sacos de plástico no estômago.

O Quénia é dos quatro países africanos que adoptou legislação mais restritiva no uso de plástico, o Ruanda e Marrocos foram pioneiros, a Tanzânia fê-lo no ano passado.

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