Acessibilidade
"Avó Lego" constrói rampas de acessibilidade com peças doadas
Confrontada com cafés e lojas incontáveis sem acessibilidade, a alemã Rita Ebel desenvolveu uma solução pouco tecnológica, mas muito divertida: construir rampas com peças de Lego.
“Para mim, serve apenas para tentar sensibilizar o mundo a ser um pouco mais acessível para todos”, disse a idosa de 62 anos, que necessita de cadeira de rodas desde que esteve envolvida num acidente rodoviário há 25 anos.
Ajudada pelo marido, Wolfgang, Rita Ebel, também conhecida em Hanau como "Avó Lego", costuma passar duas a três horas por dia a construir rampas encomendadas, constituídas por várias centenas de pequenos tijolos de plásticos montados e colados com até oito tubos de cola.
As cores dão nas vistas nos centros da cidade, reconhece. “Ninguém passa por uma rampa de lego sem dar uma vista de olhos, sejam crianças que tentam tirar peças ou adultos que tiram fotografias”, contou Rita. Os negócios locais vêem a ideia com entusiasmo, com dezenas de lojas a aderirem à causa em menos de um ano.
“É uma ideia brilhante”, disse Malike El Harti, que instalou uma das rampas na entrada do seu cabeleireiro. “Todos os que passam ficam animados com as rampas. E quem faz uso delas pode finalmente ver ao longe que é possível entrar sem qualquer problema”.
Dependente de donativos, o maior desafio é arranjar peças, disse Eber, uma vez que muitas famílias não aguentam abdicar das suas colecções de Legos.
A ideia também está a chegar ao estrangeiro. Rita Eber, que também tem um trabalho part-time, já enviou instruções da construção de rampas para a Áustria e Suiça, e já foi manifestado interesse a partir de Espanha e de uma escola nos Estados Unidos.
A acessibilidade também é um problema em Portugal, inclusive em edifícios do Estado. Segundo dados de um estudo realizado pela Comissão para a Promoção de Acessibilidades, não há elevadores ou plataformas elevatórias em 45% dos edifícios públicos com mais do que um andar, 42% não têm lugar reservado para pessoas com deficiência e só 64% têm balcões de atendimento com a altura adaptada.