Marcelo reage a suspensão de voos para Caracas: “Inaceitável, incompreensível e inadmissível”

Presidente da República assume-se “totalmente solidário e sintonizado com o Governo” e repudia o gesto de Nicolás Maduro.

Foto
Marcelo Rebelo de Sousa falou aos jornalistas no Palácio de Belém, antes de participar numa iniciativa do programa "Artistas no Palácio de Belém", com Graça Morais LUSA/ANDRÉ KOSTERS

Pouco depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, ter considerado “inamistosa” decisão da Venezuela de suspender voos da TAP, o Presidente da República manifestou-se “totalmente solidário e sintonizado com o Governo” e repudiou o gesto do executivo venezuelano

“Tudo isto é contraditório com a posição portuguesa, tudo isto não tem fundamento, tudo isto é inaceitável, incompreensível e inadmissível, portanto, não pode deixar de ser repudiado”, disse Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém, antes de participar numa iniciativa do programa Artistas no Palácio de Belém, com Graça Morais.

O Presidente lembrou que Portugal tem tido “sistematicamente, em relação à Venezuela, uma posição de grande equilíbrio”, em parte por causa da comunidade portuguesa e luso-descendente que ascende a várias centenas de milhares. “São a preocupação maior”, assumiu Marcelo. “Daí a estupefacção com que as autoridades portuguesas encararam os ataques dirigidos à TAP, em primeiro lugar, e dirigidos também a Portugal e aos responsáveis portugueses, e que são perfeitamente infundados, como disse o senhor ministro dos Negócios Estrangeiros na sua resposta”. 

“É um acto inamistoso para Portugal, um país que se tem caracterizado pelo equilíbrio e com capacidade de falar com todos e que não tem feito outra coisa em relação à Venezuela senão contribuir para que os Venezuelanos possam superar a crise politica e humanitária em que estão mergulhados. Não temos feito outra coisa senão procurar ajudar”, afirmou Augusto Santos Silva à Lusa.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, a “notícia de uma eventual suspensão” dos voos da TAP (uma das poucas companhias aéreas europeias que ainda voam para Caracas) durante um período de 90 dias é “altamente punitiva” para os portugueses. “O Presidente da República está totalmente solidário com o Governo, pensa o que disse o senhor ministro dos Negócios Estrangeiros”, confirmou Marcelo.

Caracas recomendou a Lisboa que contacte o ministro de Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, para tratar das sanções impostas à companhia aérea portuguesa TAP e sublinhou que a Venezuela só tem um Presidente, Nicolás Maduro: “Eles sabem quais são os mecanismos. O respeito é o primeiro. Esse é o primeiro mecanismo, de respeito. E, aqui há um Presidente, que se chama Nicolás Maduro. Não há outro Presidente. Não há”, declarou, na segunda-feira, o presidente da Assembleia Constituinte.

O Governo venezuelano acusa a companhia aérea portuguesa de ter permitido que um familiar de Juan Guaidó transportasse explosivos durante uma viagem. “Devido às graves irregularidades cometidas no voo TP173 e em conformidade com os regulamentos nacionais da aviação civil, as operações da companhia aérea TAP no nosso território são suspensas por 90 dias, como medida de precaução para proteger a segurança da Venezuela”, escreveu Hipólito Abreu, ministro dos Transportes, no Twitter, ao anunciar a suspensão unilateral dos voos.

Sugerir correcção
Ler 68 comentários