Assistente social dinamarquesa condenada por desviar milhões nos últimos 25 anos

Britta Nielsen foi condecorada em 2017 por 40 anos de serviço. No ano seguinte, descobriu-se que tinha tirado o equivalente a cerca de 16 milhões de euros de prestações destinadas aos mais desfavorecidos.

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Britta Nielsen começou a trabalhar na Segurança Social dinamarquesa em 1977 DR

Uma assistente social da Dinamarca, condecorada em 2017 com uma medalha de mérito pelos serviços prestados ao Estado, foi condenada por desviar para as suas contas, nos últimos 25 anos, o equivalente a 16 milhões de euros destinados ao apoio a pessoas com dificuldades. Se o tribunal aceitar o pedido do Ministério Público, Nielsen será condenada a 12 anos de prisão.

Britta Nielsen, de 65 anos, trabalhou em vários departamentos do Ministério da Segurança Social da Dinamarca entre 1977 e 2018, onde era responsável pela atribuição de prestações sociais.

O esquema foi descoberto em Setembro de 2018, numa auditoria interna dos serviços. Até aí, Nielsen tinha passado 25 anos a desviar dinheiro destinado a pessoas com doenças incapacitantes e a desempregados, entre outros beneficiários.

Durante o julgamento, a antiga assistente social disse que tudo começou por causa do fácil acesso ao dinheiro e acabou por se tornar num vício. E disse que toda a gente nos serviços sabia que não era difícil desviar fundos do Estado.

“Havia uma piada sobre a facilidade com que podíamos acrescentar o número da nossa conta bancária [aos pagamentos] e depois partirmos para as Bahamas”, disse Nielsen. Por causa dessa falta de supervisão e segurança, o advogado da antiga assistente social pediu ao tribunal que aplique uma sentença inferior à que foi pedida pelo Ministério Público, de até 12 anos de prisão.

Quando o esquema foi descoberto, em 2018, Britta Nielsen fugiu para a África do Sul, onde tinha casa. Foi detida e aceitou ser extraditada para a Dinamarca.

O Governo dinamarquês disse que não é possível responsabilizar outros colegas e chefes de Britta Nielsen porque a documentação anterior a 2015 é “insuficiente”. Há dois anos, foram introduzidas novas regras de segurança para a atribuição de prestações sociais, entre as quais a criação de um novo gabinete de auditoria e a responsabilização directa do ministério.

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