Sindicatos médicos dizem que Governo “menospreza negociação”

As duas estruturas sindicais que representam os médicos lamentam ausência da ministra da Saúde na primeira reunião negocial com a tutela.

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Nelson Garrido

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) queixaram-se esta segunda-feira de que “o Governo menospreza a negociação com os sindicatos médicos”, após a primeira reunião negocial com a tutela nesta legislatura.

Num comunicado conjunto, as duas estruturas sindicais dizem que se reuniram esta segunda-feira, pela primeira vez na actual legislatura, com o Ministério da Saúde representado pelo secretário de Estado, e lamentam “o sinal político dado pela ausência da ministra” Marta Temido.

“Mais de quatro anos depois do início do processo negocial com um Governo liderado pelo actual primeiro-ministro, continuamos sem ter resposta em relação aos aspectos considerados prioritários, nomeadamente revisão das grelhas salariais, a abertura regular de concursos para garantir a carreira médica, redução de 18 para 12 horas de trabalho normal no serviço de urgência, redimensionamento da lista de utentes dos médicos de família, regulamentação do complemento da autoridade de saúde e a discussão de regime de dedicação exclusiva”, refere o comunicado.

O SIM e a Fnam sublinham que, “apesar do espírito construtivo e de abertura” por parte dos sindicatos médicos, “continuam por esclarecer quais as medidas concretas propostas, sendo certo que os sindicatos não poderão ficar impávidos perante esta situação”.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Fnam, Noel Carrilho, explicou que na reunião de apresentação nesta legislatura os sindicatos expressaram ao secretário de Estado da Saúde a decepção pelo facto de a ministra “ter optado por não estar presente” e consideram que está “é uma má nota política”.

Noel Carrilho afirmou que na reunião foram aflorados alguns assuntos de uma forma ligeira, acrescentando que se for a “mesma forma negocial que os espera não se prevê nada de bom” para esta legislatura.

O dirigente sindical disse ainda que os problemas da classe médica já foram identificados e discutidos na anterior legislatura e que aguardam agora quais as medidas específicas que o executivo quer apresentar para resolver os problemas da classe e só depois, eventualmente, serão apresentadas medidas de luta.

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