Caso Marega: PCP chama Eduardo Cabrita e João Paulo Rebelo ao Parlamento

Comunistas consideram que manifestações racistas devem ser repudiadas.

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Bancada do PCP daniel rocha

Numa nota curta, de apenas quatro parágrafos, o PCP anunciou esta segunda-feira de manhã que vai chamar ao Parlamento o ministro da Administração Interna, o secretário de Estado do Desporto e a Liga de Clubes para serem ouvidos na Comissão de Direitos, Liberdades e Garantias. A audição terá como objectivo debater as “medidas práticas a adoptar face a acontecimentos desta natureza nos recintos desportivos”.

Ao escreverem “acontecimentos desta natureza”, os comunistas estão a referir-se às manifestações de racismo ocorridas no domingo, durante um jogo de futebol, dirigidas ao jogador Moussa Marega. ​“As manifestações de racismo que envolveram o jogador do Futebol Clube do Porto Marega, no jogo com o Vitória de Guimarães, devem ser repudiadas. Mas, mais do que palavras de condenação, o que a situação desperta, para lá do horizonte desportivo, são os factores que abrem espaço a manifestações de racismo e xenofobia”, lê-se na nota de imprensa divulgada pelo PCP, que alerta ainda para o que consideram ser “a crescente exacerbação e fomento de conflitos raciais artificialmente inculcados na sociedade portuguesa a partir de diversas formas e agentes”.

Na sequência do tratamento que recebeu durante o jogo em questão, o futebolista tomou a decisão de abandonar o jogo. ​Mais tarde, numa publicação no Instagram, o avançado maliano justificou a sua decisão: “Gostaria apenas de dizer a esses idiotas que vêm ao estádio fazer gritos racistas: vá-se foder”, escreveu. Marega criticou também o árbitro pela passividade, apesar de a FIFA punir claramente o racismo dentro de linhas e os árbitros poderem interromper jogos devido a incidentes racistas: “Agradeço aos árbitros por não me defenderem e por me terem dado um cartão amarelo porque defendo minha cor da pele.”​

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