Sequestram taxista para terminarem viagem de Lisboa para o Porto
Factos remontam a Dezembro de 2018, quando vítima foi obrigada a entrar na bagageira do seu táxi a meio de uma viagem entre Lisboa e Porto. Suspeitos usaram arma de airsoft para intimidar taxista.
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta quinta-feira a detenção de dois jovens, ambos com 24 anos, suspeitos de roubarem e sequestrarem um taxista, colocando-o na bagageira do seu próprio táxi, em Dezembro de 2018, durante uma viagem entre Lisboa e o Porto.
“Os arguidos, na sequência de incidentes ocorridos quando se encontravam em Lisboa, viram-se sem dinheiro que lhes permitisse custear a viagem de regresso ao Porto. Assim, decidiram apanhar o táxi em questão com o objectivo de regressar ao seu destino sem pagar a viagem, fazendo uso, se necessário, de uma réplica de arma de fogo de que eram portadores”, lê-se no comunicado da Directoria do Norte.
Foi já na região de Leiria [o destino que inicialmente comunicaram ao taxista], que os dois arguidos, munidos de uma arma de airsoft - uma reprodução de uma arma de fogo usada para num desporto que simula operações policiais - ameaçaram e intimidaram o condutor da viatura, retirando-lhe todos os pertences e obrigando-o a continuar a viagem. “Poucos quilómetros depois, a vítima foi obrigada a entrar na bagageira do veículo, tendo ali viajado, encerrada, até à zona de Campanhã, onde, tal como a viatura foram abandonados pelos autores”, relata a Judiciária. O taxista conseguiu sair da viatura pelo seu pé e pedir ajuda.
O taxista, na casa dos 40 anos, é da zona de Lisboa e os seus alegados sequestradores são da zona do Porto, tendo sido identificados pela Judiciária pouco tempo após o crime. As autoridades acabaram, contudo, por não deter nenhum dos suspeitos porque um deles se ausentara para o estrangeiro, onde esteve a trabalhar. A Judiciária optou por esperar pelo seu regresso ao país para deter os dois suspeitos em simultâneo.
A PJ continua a investigar um outro sequestro semelhante de que foi vítima um outro taxista e que poderá ter sido cometido pelos mesmos suspeitos.
Um dos detidos é desempregado e o outro trabalha na construção civil, tendo ambos antecedentes criminais por ilícitos violentos. Um deles tem um currículo criminal mais abundante do que o outro, que surge associado a alguns episódios violentos apenas num pequeno período da sua vida. Os suspeitos serão sujeitos esta quinta-feira ao primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coacção adequadas.