Rui Moreira: o Porto é (d)ele?

O problema de Moreira é esta megalomania monárquica que afeta tanta gente na gestão do que é público: confundir-se com as instituições, enchendo a boca com banalidades solenes sobre a democracia sem respeitar o que lhe é intrínseco.

Quando foi eleito presidente da câmara, Rui Moreira disse que “o Porto é uma cidade verdadeiramente liberal na estrutura do seu pensamento. Há uma consciência crítica na cidadania que sabemos que vem de longe” (Moreira, citado inO burguês da Foz que tomou de assalto a Câmara do Porto”, PÚBLICO, 13.10.2013). Tudo menos surpreendente que, neste reino de vaidades e de autopropaganda que costuma ser a política municipal, Moreira se quisesse colar a essa espécie de mito fundador do Porto contemporâneo ("liberdade, patriotismo e força de vontade que, desde sempre, moveram a Cidade e os seus habitantes”, como se escreve na página oficial da câmara). O que é sintomático é que, ao fim de mais de seis anos de poder, o “burguês da Foz” mostre tanto tique autoritário. O problema dele é ter a tal “consciência crítica na cidadania” atrás dele. O último episódio é o da descarada censura no Teatro Municipal.

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