Concurso deserto é mais um contratempo na criação do Hub Criativo do Beato

Nenhuma empresa apresentou proposta para reabilitar o edifício da antiga Fábrica de Fritos da Manutenção Militar, para onde se perspectiva um centro dedicado à economia circular.

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Obras num dos edifícios decorrem há meses e recentemente iniciaram-se as de infra-estruturas rui gaudencio

Ficou deserto o concurso público para a reabilitação de um edifício do Hub Criativo do Beato para onde se prevê um centro de reparação de electrodomésticos e um atelier de carpintaria. As três empresas inicialmente interessadas na obra acabaram por não apresentar proposta, considerando muito baixo o preço-base de 1,1 milhões de euros.

A anulação do concurso, aprovada esta quinta-feira por unanimidade na Câmara de Lisboa, é mais um contratempo na criação do hub, que já devia ter ocupantes há cerca de ano e meio, mas que, se tudo correr bem, só verá os primeiros moradores chegar na segunda metade de 2020.

O concurso que ficou deserto diz respeito ao CoRepair – Espaço de Partilha de Experiências e de Promoção dos Princípios da Economia Circular. Trata-se, de acordo com a proposta aprovada pela autarquia, de uma combinação entre “repair café” e “centro de reutilização”. No primeiro será possível reparar equipamentos eléctricos e electrónicos, enquanto o segundo será dedicado ao “design para móveis usados e outras madeiras”.

O CoRepair deverá ficar instalado no edifício que funcionou como Fábrica de Fritos na antiga Manutenção Militar, o vasto complexo fabril que o Estado cedeu à câmara lisboeta para a criação de “uma das maiores incubadoras da Europa”.

O concurso para a sua reabilitação foi lançado em Outubro por 1,1 milhões de euros. Seguiu-se a aprovação de uma lista de erros e omissões, o que determinou o alargamento do prazo para a entrega de propostas. Findo esse período, “as três e únicas empresas interessadas, na sequência dos estudos efectuados, apresentaram declarações justificativas de não apresentação de propostas por impossibilidade de enquadramento no preço-base do concurso”.

O CoRepair é uma das poucas obras do hub que estão directamente a cargo da câmara, uma vez que o modelo adoptado pela Startup Lisboa (a quem a autarquia delegou a gestão do espaço) prevê que sejam os parceiros a suportar os custos de reabilitação de cada um dos 18 edifícios do complexo. Em obras está actualmente a antiga Fábrica de Massas e Bolachas, que albergará a incubadora de empresas Factory, esperando-se ainda para Fevereiro o início dos trabalhos na antiga central eléctrica (entregue ao Super Bock Group) e em edifícios onde funcionarão restaurantes (entregues à empresa Praça).

Também em construção está a nova rede de infra-estruturas e o prolongamento da Rua da Manutenção até à Av. Infante D. Henrique. Ambas as obras estão a cargo da autarquia. Esses trabalhos têm fim previsto para o Verão.

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