Estudantes de Aveiro queriam dar luz às crianças marroquinas: criaram a Lampe

Depois de uma viagem a Marrocos, um grupo de estudantes da Universidade de Aveiro percebeu que “as crianças não estão visíveis quando se deslocam à noite” — o que provoca muitos acidentes. Decidiram criar a Lampe, uma lanterna com power bank incorporado, que pode ser carregada na escola e levada pelas crianças para casa.

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Universidade de Aveiro

Um grupo de estudantes da Universidade de Aveiro (UA) quer iluminar o caminho de crianças marroquinas. Literalmente. Para isso, criaram a Lampe, uma lanterna impressa em 3D pensada para as crianças de aldeias remotas. A ideia é que as lanternas — que têm um power bank incorporado, cinco LED e autonomia de seis horas — sejam carregadas na escola e levadas para casa, não só para iluminar o caminho e torná-las mais visíveis, mas também para permitir que as crianças estudem à noite. 

Segundo divulgou esta quarta-feira, 12 de Fevereiro, a UA, as primeiras 30 lanternas vão ser entregues pelas mãos dos estudantes que estiveram envolvidos no projecto. Juntamente com as lanternas, os estudantes da UA vão entregar carregadores comunitários, que serão instalados nas escolas, para que, durante as aulas, as lanternas possam ser carregadas.

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Pedro Magalhães, estudante do mestrado integrado em Engenharia Electrónica e Telecomunicações e mentor da ideia, diz que “não se trata de uma tentativa de mudar o mundo, mas sim de o tornar um pouco mais brilhante”. “Vamos oferecer algo tão simples para nós, mas tão luxuoso para quem o recebe e também precisa dele. Não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar pequenos mundos”, refere Pedro Magalhães.

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Cátia Silva, Diogo Helena, Pedro Magalhães e Amélia Ramos Universidade de Aveiro

A ideia surgiu durante o Uniraid, uma viagem de carro por Marrocos, com diversas etapas, para estudantes universitários portugueses espanhóis, que se realiza anualmente. O projecto Lampe foi depois ganhando forma durante as duas últimas edições. “Um dos grandes problemas que vimos no terreno é que há muitas crianças a deslocarem-se a pé para as escolas. Quando anoitece, há muitos acidentes, porque as crianças não têm material reflector, nem estão visíveis, estejam elas a pé ou de bicicleta”, descreve Pedro Magalhães.

E é precisamente na próxima edição do Uniraid, de 15 a 23 de Fevereiro, que os estudantes vão distribuir as primeiras lanternas. Para já, o projecto conta com o apoio do Departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática da UA e de várias empresas da região, mas a ideia é, que no futuro, consigam mais apoios, para que consigam também entregar mais lanternas. E dar luz a novos caminhos. 

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