Houve mais dinheiro e mais futebolistas a circular no Inverno

Relatório da FIFA sobre a actividade dos “Big Five” na janela invernal do mercado de transferências coloca Portugal como o oitavo pais mais gastador.

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Bruno Fernandes, o mais caro do Inverno Reuters/Jason Cairnduff

Bruno Fernandes foi o protagonista da maior transferência no mercado de Inverno (do Sporting para o Manchester United por 55 milhões) e, por isso, mereceu honras de capa (já com a camisola dos “red devils”) no relatório que a FIFA divulgou nesta quarta-feira sobre as transferências que envolveram os “Big Five” (os cinco principais campeonatos europeus) durante o mês de Janeiro. Mesmo não sendo o período em que se fazem os maiores negócios, esta janela de Inverno teve, em relação a 2019, um aumento no número de jogadores transferidos e nas verbas envolvidas. Sem qualquer surpresa, mais de 70% destas verbas foram pagas por equipas de Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha e França, por esta ordem, os mais gastadores. Portugal aparece referenciado como o oitavo país que mais gastou em transferências.

Analisando o mercado em Janeiro de 2020, o relatório fala num total de 4108 transferências feitas no mundo inteiro, um acréscimo de 6,6% em relação ao mesmo período em 2019. E quanto a verbas gastas, a FIFA fala em 1,057 mil milhões de euros, um aumento de 4,3%. Os clubes dos “Big Five” foram responsáveis por 14,1% das contratações (580) e por 71,8% dos gastos (757 milhões), sendo que apenas 149 envolveram verbas. Entre estas, as dez maiores correspondem a 44% do valor envolvido, dos 55 milhões de Bruno Fernandes (1.º) aos 21,3 milhões de Jarrod Bowen (do Hull para o West Ham).

Saldo negativos nos cinco maiores campeonatos

A liderar a lista estão os clubes ingleses, que gastaram um total de 274 milhões de euros (um crescimento de 69% em relação a Janeiro de 2019), uma boa parte dos quais em jogadores portugueses (os 55 milhões de Bruno Fernandes mais os 20 milhões de Podence). Também os clubes alemães gastaram bem mais que no ano passado, quase o dobro: 190 milhões. Em Espanha foi praticamente o mesmo (108 milhões), enquanto em Itália (117 milhões) e França (69 milhões) se gastou menos que no Inverno passado. De assinalar ainda que todos os “Big Five” tiveram saldo negativo no mercado de Inverno.

“No geral, os gastos dos clubes das cinco grandes ligas parecem continuar no caminho geral de crescimento dos últimos anos e desempenham um papel central no mercado de transferências globais”, diz o director jurídico da FIFA, Emílio Garcia, numa nota introdutória ao relatório, que, para além dos recordes em jogadores e verbas, assinalou um novo máximo, o de países que estiveram activos entre 1 e 31 de Janeiro no mercado de transferências – 170 dos 211 membros da FIFA.

Atrás dos “Big Five”, do México (55 milhões) e do Brasil (54 milhões), surgem os clubes portugueses, que gastaram um total de 30 milhões, quase tudo em apenas dois negócios, o benfiquista Weigl (20 milhões) e o sportinguista Sporar (seis milhões) – o médio alemão recrutado ao Dortmund foi, aliás, a maior transferência internacional no Inverno fora dos “Big Five”. Portugal aparece ainda referenciado no relatório como o segundo país que mais jogadores forneceu no mercado de Inverno a clubes espanhóis (13) e a clubes franceses (sete).

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