FC Porto cumpre mínimos no regresso ao Jamor

Depois do fogo do clássico, o Dragão demorou a aquecer mas acabou por confirmar o favoritismo diante do Ac. Viseu, marcando encontro com o Benfica numa final que não se via há 16 anos.

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No Dragão, depois do empate (1-1) da primeira mão, em Viseu, imperou nesta quarta-feira a lei do mais forte, com o FC Porto a confirmar — mais uma vez sem espinhas, apesar de alguma falta de apetite — o total favoritismo ne eliminatória diante do Académico, marcando encontro com o Benfica na final da Taça de Portugal.

Depois do exigente clássico e antes de importante compromisso em Guimarães, mais do que perceber até que ponto os beirões seriam capazes de resistir, física e mentalmente, Sérgio Conceição precisava de apostar numa equipa fresca, mas simultaneamente equilibrada. Tudo pesado, o FC Porto surgiu com algumas alterações, mantendo quatro titulares do clássico (Alex Telles, Corona, Luis Díaz e Uribe), sempre numa perspectiva de poder resolver cedo para conseguir fazer alguma gestão para o compromisso da próxima jornada.

Sem a mesma variedade em termos de recursos e argumentos, o Ac. Viseu repetiu dez dos onze titulares do jogo da primeira mão, reforçando a coesão do bloco defensivo, que numa primeira abordagem condicionou fortemente as movimentações e dinâmica portistas. Talvez por isso, ao contrário do que seria expectável, o FC Porto não mostrou capacidade para ferir seriamente o adversário da II Liga. 

Com Nakajima de regresso à titularidade, depois de ter actuado na última meia hora do jogo de Viseu, os portistas apresentaram um sistema diferente do seu habitual, com Zé Luís sozinho na área, servido pelas três unidades mais ofensivas, com Vítor Ferreira e Uribe a promoverem os equilíbrios num meio-campo muito disputado pelos viseenses. 

Sem grandes rasgos, para além de duas tentativas de furar o bloqueio nas subidas do central Diogo Leite (a cabecear mal), o primeiro golo do encontro acabaria por resultar de um penálti cometido por Mathaus sobre Zé Luís. Alex Telles não desiludiu, abrindo caminho para o que se acreditava poder ser uma exibição mais segura e personalizada. 

Mas o Ac. Viseu, que estava obrigado a marcar pelo menos um golo no Dragão para poder discutir a eliminatória, revelou estar longe de entrar em desespero, até porque continuava a precisar de um golo para forçar um cenário de desempate, fosse no prolongamento ou nos penáltis, um dos grandes traumas do FC Porto. Ainda assim, os visitantes não deixaram de explorar, sem sucesso, algumas hesitações dos “dragões”. 

A noite continuava sem grandes motivos de interesse, com o intervalo a chegar pouco depois de Zé Luís desbaratar uma dupla ocasião, que seria providencial para simplificar a tarefa. O que até poderia ter acontecido se o árbitro ou o VAR tivessem analisado convenientemente o penálti cometido por João Oliveira (43’). 

Com a dupla Uribe e Vítor Ferreira a não carburar em pleno, Sérgio Conceição foi forçado a intervir, lançando Sérgio Oliveira nos minutos iniciais da segunda parte, poupando o colombiano. O FC Porto subia de rendimento e desperdiçava a melhor ocasião do jogo, por Luis Díaz (59’). Nakajima não conseguia melhor, mas, à terceira, Zé Luís marcava de cabeça, a cruzamento de Alex Telles. Estava encontrado o segundo finalista, com o FC Porto a reencontrar o Benfica 16 anos depois do último confronto no Jamor, ainda na era de José Mourinho. Para  Conceição, esta será a terceira final como treinador, a segunda seguida. 

Para o Ac. Viseu esfumava-se o sonho de uma presença histórica na final da prova e o golpe de misericórdia surgiria logo a seguir, com Sérgio Oliveira a confirmar o bom momento que está a atravessar e a marcar o terceiro da noite. Um golo que obrigou a intervenção do videoárbitro, depois de o assistente de Manuel Oliveira ter assinalado fora-de-jogo.

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