Sérgio Conceição: “Fomos melhores, corremos mais... foi sem espinhas!”

Treinador do FC Porto abriu uma excepção na antevisão da meia-final da Taça de Portugal, com o Ac. Viseu, para comentar o “circo” do Benfica.

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LUSA/ESTELA SILVA

Assim que possua dados definitivos que lhe permitam avaliar a condição física dos jogadores que actuaram no clássico com o Benfica, Sérgio Conceição garante que escolherá os “melhores” para defrontar o Ac. Viseu, nesta quarta-feira (20h45) no Dragão, em partida da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal.

O treinador do FC Porto esforçou-se por não se desviar do jogo que considera ser “o mais importante”, por garantir nova presença no Jamor, onde esteve duas vezes como técnico, depois de ter erguido a taça ao serviço do FC Porto, em 1997-98, então ainda como futebolista.

Mas a análise ao adversário da II Liga, que alcançou uma igualdade (1-1) em casa, acabou por não escapar aos estilhaços do jogo com o Benfica, muito contestado pelos dirigentes do emblema lisboeta.

Sobre o tema, Sérgio Conceição foi contundente, lembrando que “a vitória foi sem espinhas”. “Não digo limpinho: foi sem espinhas! Fomos a equipa mais forte, com seis oportunidades além dos três golos. Fomos muito mais fortes nos duelos, mais intensos individual e colectivamente, fomos melhores no jogo jogado. Estamos habituados a superiorizar-nos ao Benfica. Não temos de pedir desculpa por isso.

Conceição aproveitou para comentar a entrada de Bruno Lage em campo: “Um movimento que apreciei bastante, na tentativa de dar instruções ao Grimaldo e acompanhar a agressividade da comunicação do clube”, ironizou, lembrando um caso semelhante que experienciou quando dirigia a Académica, “nos Barreiros, onde a linha lateral era praticamente colada aos bancos”, e acabou expulso por pisar o risco. 

“Mas tenho de reconhecer que o Bruno Lage tem razão quando diz que para baterem o Benfica os adversários têm de correr mais. Neste jogo, nós corremos mais três quilómetros. E essa foi a verdadeira razão de termos vencido. E não este circo que o Benfica promove sempre que não se sente satisfeito. Isso é querer tapar o sol com a peneira. Foi assim há um ano, depois da derrota connosco na Taça da Liga, e a verdade é que a partir daí não houve mais problemas de arbitragem e não ouvimos falar mais de árbitrosgovernos, federações e Ligas.”

Alheio à polémica, o treinador do Académico, Rui Borges, continua a sonhar com o Jamor, mesmo reconhecendo que as probabilidades são reduzidas. “É acreditar, jogar com muita entrega e paixão”, declarou o técnico dos beirões.

“Será um FC Porto forte, independentemente de quem jogar”, sublinha, não acreditando que os “dragões” acusem o desgaste do clássico.

“Virão fortes, a querer resolver o jogo cedo”, considerou, esperançado em conseguir contrariar esse ímpeto inicial do FC Porto: “Temos de estar preparados para a intensidade e qualidade do adversário”.

Apesar de o Ac. Viseu estar em desvantagem na eliminatória, o técnico academista garantiu que a equipa não terá uma postura defensiva: “O autocarro vai ao Dragão, mas fica na garagem”.

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