Vlachodimos “comprou” ao Benfica um bilhete para o Jamor

Os “encarnados” regressam à final da Taça de Portugal, três anos depois, deixando pelo caminho um Famalicão audaz e competente, que esbarrou numa grande exibição do guarda-redes adversário.

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Odysseas Vlachodimos quis, o Benfica teve. É ao grego que as vénias “encarnadas” devem ser feitas, porque é ele o “patrocinador” da presença do Benfica na final do Jamor. Os lisboetas empataram frente ao Famalicão (1-1), nesta terça-feira, garantindo, depois do 3-2 na Luz, a presença na final da Taça de Portugal. Nota para Bruno Lage, cuja opção de trocar Zlobin por Odysseas — o jovem russo tinha jogado na Taça até à meia-final — acabou por revelar-se certeira.

Não se pense, porém, que o Benfica fez valer o estatuto de “grande”. Tal como na primeira mão, o Famalicão trouxe a lição bem estudada e sabia três coisas: que o lado esquerdo do Benfica é permeável, sobretudo em Grimaldo, que a química entre o lateral e Ferro continua a não ser a melhor e que o central está fragilizado, “tremendo” quando joga. 

Com base nisto, a equipa do Famalicão insistiu em canalizar o jogo pelo seu corredor direito, sobretudo atraindo Cervi para a pressão ao lateral adversário — tirando, assim, o argentino da ajuda a Grimaldo. Com o espanhol e Ferro desprotegidos, a missão era clara: tentar, tentar, tentar. E tentaram. Aos 34’, Ferro falhou, Martínez isolou-se e Vlachodimos salvou o Benfica. Aos 39’, Diogo Gonçalves passou por Grimaldo e Ferro com facilidade e Vlachodimos salvou novamente os “encarnados”. Aos 45+4’, Martínez permitiu nova defesa ao grego. Aos 48’, Diogo Gonçalves criou na direita e foi travado por mais uma defesa e aos 49’, outra vez na meia esquerda da defesa “encarnada”, Pedro Gonçalves chamou Vlachodimos ao serviço. 

O guarda-redes foi o herói de um Benfica que, menos capaz de criar perigo, chegou à vantagem com a chamada “receita Seferovic”. Aos 24’, Vinícius pressionou, Pizzi ganhou a bola e soltou o brasileiro, que cruzou rasteiro junto à linha de baliza. Cervi tocou de calcanhar ao primeiro poste, tirando Vaná da jogada, e Pizzi concluiu facilmente o lance que tinha começado. Grande jogada dos “encarnados”, que começou com a pressão de Vinícius — cada vez mais capaz defensivamente, tem oferecido o mesmo que Seferovic oferece sem bola, mas com mais golo do que o suíço.

O jogo foi sempre dividido, mas o Famalicão, mais perigoso, chegou mesmo ao golo: aos 45’, Vlachodimos ia “borrando a pintura”, falhando a abordagem aérea com Gustavo Assunção, e Patrick, sem o guardião na baliza, rematou em arco para a baliza. O festejo nortenho só foi revertido pelo VAR, que descortinou fora-de-jogo de Assunção.

O bom regresso do Famalicão após o intervalo, com as duas oportunidades já referidas, aos 48’ e 49’, só foi estancado pelos “esticões” de Rafa e Cervi, que foram saindo em profundidade — o português foi colocado à direita, com Pizzi a jogar mais no corredor central: uma novidade. A troca de Rafa por Chiquinho coincidiu com o momento em que o jogo “morreu” um pouco, conjugado com o claro défice físico de um Famalicão menos enérgico e, com o passar dos minutos, cada vez menos esperançoso em conseguir fazer dois golos.

Eis que, aos 78’, o Famalicão, já “adormecido”, lembrou-se daquilo que tinha estudado: a existência permanente de uma “autoestrada” entre Grimaldo e Ferro. Racic rasgou a defesa “encarnada” com um grande passe entre o central e o lateral, Diogo Gonçalves cruzou com precisão e Martínez finalizou.

Até ao final, o Famalicão não teve frescura para criar com qualidade e “assaltar” com engenho a área de um Benfica que se mostrou passivo e incapaz de segurar a bola. 

É difícil dizer se a eliminatória teve um desfecho mais ou menos justo, depois do que se viu nos dois jogos, mas premeia a equipa que teve mais “killer instinct” quando foi preciso.

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