Morreu Lyle Mays, membro fundador do Pat Metheny Group

Pianista norte-americano de jazz tocou várias vezes em Portugal. Tinha 66 anos.

Foto
Lyle Mays, ao centro, no Pat Metheny Group DR

O pianista e teclista norte-americano de jazz Lyle Mays, de 66 anos, morreu na segunda-feira, em Los Angeles, anunciou o guitarrista Pat Metheny no seu site na Internet.

“É com muita tristeza que anunciamos a morte de nosso amigo e irmão Lyle Mays (1953-2020). Ele morreu em Los Angeles, depois de uma longa batalha com a doença, cercado pelos seus entes queridos”, lê-se na página de abertura do Pat Metheny Group, de que Lyle Mays era um dos fundadores.

Nascido numa pequena cidade do Wisconsin, em Novembro de 1953, Lyle Mays formou-se na Universidade do Texas e tocou com a orquestra de Woody Herman até se encontrar com Pat Metheny, em 1974, com quem viria a fundar um dos mais antigos e bem-sucedidos grupos de jazz, The Pat Metheny Group.

O álbum Watercolors, editado em 1977 pela etiqueta alemã ECM, marcava o encontro da dupla, a quem se juntaram então o contrabaixista Eberhard Weber e o baterista Danny Gottlieb. Um ano depois, The Pat Metheny Group assinalava a formação da banda, ainda com Mark Egan, no baixo. Só em 1980, com a chegada do baixista Steve Rodby ficaria formado o “núcleo duro” do grupo, que se manteria inalterado durante mais de 35 anos.

Juntos gravam o álbum Offramp (1982), que viria a ser distinguido com o Grammy de melhor disco de jazz de fusão. Pelo meio ficavam American Garage (1979), o primeiro LP de Pat Metheny e Lyle Mays a atingir o n.º 1 do top Billboard, e As Falls Wichita, So Falls Wichita Falls (1981), que contou com o percussionista brasileiro Nana Vasconcelos.

Sucederam-se então álbuns como Travels, First Circle, Still Life, a banda sonora de The Falcon and the Snowman  que incluía a canção This Is not America, celebrizada por David Bowie , We Live Here, Imaginary Day, Speaking of Now ou The Way Up, que The Pat Metheny Group, sempre com Lyle Mays, trouxe a Portugal, a concertos em Lisboa e ao Porto, em 2005.

A carreira conjunta, com muitas das composições partilhadas, somou 11 prémios Grammy e mais de 30 nomeações, distinções da revista especializada Down Beat e dezenas de discos de ouro e platina.

Em nome próprio, Lyle Mays publicou igualmente álbuns como Street Dreams e Fictionary, este com o baixo Marc Johnson e o baterista Jack DeJohnette, e lançou também recitais a solo como Improvisations for Expanded Piano e The Ludwigsburg Concert, que ultrapassavam os limites do jazz. Compôs música para crianças, como Tale of Peter Rabbit, que fez com a actriz Meryl Streep, e colaborou com a Steppenwolf Theater Company de Chicago.

Lyle Mays actuou por diversas vezes em Portugal, com The Pat Metheny Group, sobretudo em Lisboa e no Porto, e em festivais como o Jazz em Agosto, da Fundação Calouste Gulbenkian.

Na mensagem publicada hoje no seu site, Pat Metheny afirma que Lyle Mays “foi um dos melhores músicos” que conheceu, destacando a “sua enorme inteligência e sabedoria musical”. “Todos os momentos que partilhámos na música foram especiais. Desde as primeiras notas, tivemos um vínculo imediato”, acrescenta o guitarrista.

“Haverá apenas um Lyle, e todos continuaremos a apreciar o seu brilho comovente”, escreveu por sua vez o baixista Steve Rodby, no site do grupo, sobre a música do pianista.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários