Ana Gomes e o paradoxo das presidenciais

A verdade é que Ana Gomes faz bem o que está a fazer, com a máxima liberdade possível

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Miguel Manso

As próximas eleições presidenciais são um paradoxo: ao mesmo tempo parecem já decididas e escondem perigos importantes. Por um lado, serão as da muitíssimo provável reeleição de um presidente popular e que tem feito um mandato avaliado como positivo pela maioria da população. Por outro lado, essa é uma situação que cria uma certa desmobilização, e é aí que espreitam os perigos. O facto de já se ter apresentado como candidato presidencial o líder da extrema-direita recém-chegada ao parlamento não deve ser menorizado. Umas eleições presidenciais que fossem um passeio para Marcelo, ao mesmo tempo que abrissem caminho a um resultado fortuitamente inflacionado do candidato da extrema-direita, seriam perigosas para o país. Não por quem viesse a ocupar o Palácio de Belém — porque o risco não estaria aí — mas antes pela possibilidade de que a extrema-direita as usasse para conquistar mais espaço político em Portugal. E o segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa já é de tal forma dado como adquirido que é mesmo possível que a principal mensagem a retirar das presidenciais seja não o resultado de Marcelo mas o dos outros candidatos, em particular o de extrema-direita.

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