Luís Filipe Vieira acusa Governo se “demitir” dos problemas do futebol

Presidente do Benfica lamenta clima de intimidação: “Temos de pôr a mão na consciência e perceber o que queremos disto”.

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LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, acusou o Governo de se “demitir” dos problemas existentes no futebol português, nomeadamente nas questões de segurança. Antes da partida para o norte do país, onde os “encarnados” vão disputar o jogo da segunda mão da Taça de Portugal, diante do Famalicão, o líder do clube mostrou o seu desagrado e vincou que a Liga e a Federação Portuguesa de Futebol também são responsáveis.

“O próprio Governo não se pode demitir do que se passa no futebol. É tudo muito bonito, mas está-se a demitir de tudo aquilo que deve fazer, principalmente na segurança. Ou pensa que sou eu que vou resolver o problema de segurança do Estádio da Luz ou de outro qualquer?”, questionou Luís Filipe Vieira.

O presidente “encarnado” falou depois dos vários condicionalismos vividos pela equipa do Benfica na viagem até ao Estádio do Dragão, no sábado, num jogo da 20.ª da I Liga, em que o FC Porto venceu por 3-2.

“Parece que vou ter de começar a levar polícia de choque comigo quando vou ao Dragão jogar. É impensável para mim que as estradas no Porto sejam obstruídas para deixar o autocarro do Benfica passar. Há qualquer coisa que está mal nisto. É um espectáculo, uma indústria e acho que de uma vez por todas temos de pôr a mão na consciência e perceber o que queremos disto”, lamentou.

Sobre a possibilidade de árbitros estrangeiros passarem a ajuizar jogos em Portugal, nomeadamente em jogos que incidam na luta pelo título, Luís Filipe Vieira salientou o comunicado dos “encarnados” publicado no domingo e frisou que o clima de “desconfiança e suspeição” tem de acabar.

“Quando se chega a uma situação em que há uma desconfiança e em que se penduram árbitros e jogadores numa forca, porque não haver árbitros estrangeiros? Não é por não acreditar em A, B ou C, mas tem de se acabar esta suspeição. Assim chamamos árbitros estrangeiros, que podem errar, mas não estão ligados a nenhuma equipa”, concluiu.

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