Organização Mundial de Saúde confirma envio de missão internacional para a China

O director-geral da Organização Mundial de Saúde indicou que o líder da equipa vai partir para o território chinês entre segunda e terça-feira. Os restantes especialistas seguirão nos próximos dias. Entretanto, no Brasil, uma mulher foi detida no Rio de Janeiro por falso alerta de coronavírus.

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Reuters/Denis Balibouse

O director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou este sábado o envio nos próximos dias de uma missão internacional liderada pela organização para a China, país onde surgiu o novo coronavírus.

O etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus avançou ter recebido este sábado uma resposta positiva por parte de Pequim sobre o destacamento da missão. O director-geral da OMS indicou que o líder da equipa vai partir para o território chinês entre segunda e terça-feira e que os restantes especialistas seguirão nos próximos dias. Questionado se membros do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos irão integrar a missão, o responsável da OMS respondeu apenas: “Esperamos que sim”.

Tedros Adhanom Ghebreyesus escusou-se avançar o nome do líder da missão ou dos restantes elementos e não forneceu mais detalhes sobre o trabalho que será desenvolvido pelos especialistas em território chinês. “A OMS irá divulgar tudo assim que estivermos prontos”, concluiu.

O novo coronavírus (2019-nCoV), que pode provocar doenças respiratórias potencialmente graves como a pneumonia, foi detectado pela primeira vez no final do ano em Wuhan, na província de Hubei (centro da China).

Desde então, e a par do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, foram confirmados outros casos de infecção do novo coronavírus em mais de 20 países.

O novo coronavírus já matou 723 pessoas na China continental, onde há registo de mais de 34.600 pessoas infectadas. A nível global, de acordo com a contagem do Johns Hopkins CSSE, havia ao final da tarde deste sábado 34.963 casos confirmados, e um total de 725 mortes (uma nas Filipinas e outra em Hong Kong, além dos casos na China).

A OMS declarou a 30 de Janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adopção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

Na passada quarta-feira, a Organização das Nações Unidas apelou à criação de um fundo de 675 milhões de dólares (613 milhões de euros) para combater o surto do novo coronavírus nos próximos três meses. “Estamos a pedir 675 milhões de dólares para financiar o plano para nos próximos três meses, dos quais 60 milhões destinam-se a financiar as operações da OMS e o restante é para países que estão particularmente em risco”, apelou, na altura, Tedros Adhanom Gebreyesus, em conferência de imprensa.

Brasileira detida no Rio de Janeiro por falso alerta de coronavírus

Uma brasileira foi detida no Rio de Janeiro após ter simulado uma infecção pelo novo coronavírus para conseguir acesso prioritário a cuidados médicos numa clínica, indicou a polícia local este sábado.

A comissária encarregada do caso explicou que a mulher de 39 anos se deslocou na sexta-feira à noite a uma clínica em Copacabana, bairro turístico da zona Sul do Rio, afirmando ter sintomas do novo coronavírus. Para tentar convencer os seus interlocutores, a residente no Rio de Janeiro disse que tinha regressado de Hong Kong, onde tinha trabalhado como ama.

A equipa médica entrou imediatamente em alerta, mobilizando numerosos profissionais de saúde durante várias horas. A doente foi levada para uma sala isolada e submetida a vários exames, tendo o Ministério da Saúde sido alertado, como prevê o protocolo estabelecido pelas autoridades de saúde.

A mulher foi detida pela polícia após elementos da sua família terem revelado que ela nunca saiu do Brasil e que nem sequer tem passaporte.

Não foram até agora confirmados casos do novo coronavírus na América Latina.

Cerca de três dezenas de brasileiros que se encontravam em Wuhan deixaram a China na sexta-feira e devem aterrar no domingo em Anápolis, a 80 quilómetros de Brasília, onde ficaram em quarentena durante 18 dias numa base militar.

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