Empresa inglesa com projeto de hotel para ex-Colégio Almeida Garrett no Porto

O ex-colégio Almeida Garrett, que era da Universidade do Porto, foi vendido em hasta pública em 2017 à Real Douro.

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Adriano Miranda

A Câmara do Porto indicou nesta sexta-feira que a Qbic Hotels International Management apresentou um Pedido de Informação Prévio (PIP) para um hotel de três estrelas com 240 quartos para o edifício do ex-colégio Almeida Garrett, na Baixa do Porto.

“Para o local existe um PIP para instalação de uma unidade hoteleira com três estrelas com 240 quartos e habitação no edifício a reabilitar na frente urbana da travessa de Cedofeita, com oito fogos de tipologia T0”, disse à Lusa fonte oficial da Câmara do Porto.

O “pedido do PIP foi feito em 2019” pela empresa registada em Inglaterra Qbic Hotels International Management e o “processo ainda se encontra a decorrer, não havendo ainda uma proposta de decisão”, acrescentou a mesma fonte.

O ex-colégio Almeida Garrett, que era da Universidade do Porto, está inserido num terreno com uma área total de 8.520 metros quadrados, espaço equivalente a oito campos de futebol, e foi vendido em hasta pública em 2017 à Real Douro - Promoção e Gestão Imobiliária, com sede no Marco de Canaveses.

Fonte da U.Porto referiu à Lusa na altura que, entre as três propostas apresentadas, a da Real Douro, no valor de 6,1 milhões de euros, foi a que ofereceu o preço mais alto, sendo a vencedora do concurso.

A Câmara do Porto indicou também que, para o local, havia um outro pedido de “licenciamento para habitação” e que esse pedido “aguardava pela apresentação de todos os projectos de especialidade”.

O pedido de licenciamento para habitação foi feito pelo requerente Red Area - Real Estate Developer, em 2018.

De acordo com o anúncio, que foi publicado em 29 de Junho em Diário da República, a “alienação ou concessão do direito de superfície do prédio designado ex-colégio Almeida Garrett” tinha como preço base 4,768 milhões de euros.

A U.Porto definiu como critérios de adjudicação “a proposta economicamente mais vantajosa” ou o preço mais elevado, em caso de venda.

O Bloco de Esquerda disse, na altura, que ia pedir ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, mas também à U.Porto e à Câmara do Porto um esclarecimento sobre qual o uso que terá o ex-colégio Almeida Garrett adquirido pela Real Douro, Promoção e Gestão Imobiliária.

O vereador do PS da Câmara do Porto, Manuel Pizarro, por seu turno, defendeu na altura, em declarações à Lusa que a autarquia deveria comprar o ex-colégio Almeida Garrett.

A Câmara do Porto adiantou à Lusa, na altura, que não poderia, “mesmo querendo”, exercer o direito de preferência na compra do antigo colégio Almeida Garrett, por não se tratar de edifício protegido ou sequer abrangido por uma Operação de Reabilitação Urbana.

Questionada pela Lusa na altura sobre se recebeu contactos da Universidade do Porto ou do Estado para adquirir o ex-colégio Almeida Garrett, a Câmara do Porto assegurou que “nunca foi contactada pelo Estado português ou pela U.Porto sobre o seu interesse em adquirir o imóvel, nem conhece o valor da transacção”.

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