Álvaro Rosendo: “Esqueci-me que era artista”

Aos Meus Amores_2.0 interrompe um silêncio de mais de duas décadas. A fotografia afectiva e tribal de Álvaro Rosendo saiu de um circuito restrito de comensais para se mostrar viva, vibrante, apaixonada. Estão lá os anos 80 e 90 mundanos, mas também a família e o trabalho. Um diário gráfico total.

Foto
Daniel Rocha

Em casa de Álvaro Rosendo, quando a conversa à volta de um jantar se esgota, as folhas de contacto com fotografia entram em cena. “Há quem mostre colecções de moedas, colecções de borboletas… eu mostro o meu trabalho de fotografia.” Foi assim que Luís Gouveia Monteiro, curador de Aos Meus Amores 2.0 (Galeria Cisterna, Lisboa, até 29 de Fevereiro), viu muitas das imagens que Álvaro Rosendo vem fazendo há 40 anos. A quantidade e a qualidade do que encontrou “obrigaram” Rosendo a “mostrar ao mundo” um núcleo de trabalho que reverbera sobretudo o frenesi artístico lisboeta do final dos anos 80 e primeira metade dos 90. Por entre as mais de 600 fotografias de pequeno formato pregadas nas paredes perpassa uma alegria de viver, aqui e ali uma folia extasiada, pessoas que se entregam à câmara. A ideia que fica é que se por absurdo se se tentasse fugir deste traço, a esta joie de vivre, ele viria sempre à tona no trabalho de retrato de Álvaro Rosendo, alguém que, em meados dos anos 90, decidiu hibernar das exposições individuais, concentrando-se noutras artes que já praticava ou que veio a praticar — o desenho, a ilustração, o design gráfico, a infografia.

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