Medidas contra coronavírus em Macau afectam formação de 800 alunos de Português

Programas de formação do Instituto Português do Oriente estão a ser desenvolvidos por videoconferência.

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Espaços públicos em Macau estão encerrados Reuters/TYRONE SIU

As medidas para reduzir o risco de transmissão do novo coronavírus estão a afectar 800 formandos do Instituto Português do Oriente (Ipor), que está a apostar no ensino por videoconferência, disse nesta quarta-feira à Lusa o director da instituição. O acompanhamento está a ser feito à distância, com os professores a trabalharem a partir de casa, adiantou Joaquim Coelho Ramos.

“O que estamos a fazer é criar estratégias de contingência que passam pela organização de grupos-tarefa compostos pela direcção, em permanência, por um elemento administrativo (...) e por um ou dois professores, embora o corpo docente continue a trabalhar a partir do domicílio”, explicou. “O que está a ser preparado tem naturalmente a ver com respostas directas à evolução que a situação vai sofrendo, mas, para já, compreende um plano de formação através de videoconferência”, acrescentou.

O responsável da instituição sublinhou que se mantém o acompanhamento “de carácter pedagógico e científico dos alunos porque, sobretudo no ensino das línguas, é fundamental manter uma prática constante”.

O maior problema reside na resposta às formações que são ministradas para fins específicos, como é o caso daquelas dirigidas a membros da administração pública de Macau, o português jurídico para a área económica e para o sector da saúde, exemplificou.

“Todos estes programas tiveram de ser ou adiados sine die ou sofrer de facto estas medidas de acompanhamento permanente, através, por exemplo, e para já, de videoconferência e trabalho, não de forma directa, mas diferida”, frisou Joaquim Coelho Ramos. “Só na área dos formandos do curso geral e de formações que integram profissionais da função pública estamos a falar de 800 aprendentes directamente afectados, o que implica um esforço, uma alteração de logística bastante significativa no Ipor”, concluiu.

O Consulado-geral de Portugal estima que existem 170 mil portadores de passaporte português entre os residentes em Macau e em Hong Kong. Destes, apenas cerca de seis ou sete mil serão expatriados.

Na terça-feira, no dia em que foi anunciado o 10.º caso de infecção em Macau e o fecho dos casinos durante duas semanas, o chefe do Governo macaense determinou também o encerramento de cinemas, teatros, parques de diversão em recintos fechados, salas de máquinas de diversão e jogos de vídeo, cibercafés, salas de jogos de bilhar e de bowling, estabelecimentos de saunas e massagens, salões de beleza, ginásios de musculação, estabelecimentos de health club e karaoke,  discotecas, salas de dança e cabaret”. A frequência do transporte público foi novamente reduzida e todos os parques públicos foram encerrados, à semelhança do que acontece já com os serviços públicos, escolas e espaços desportivos e culturais.

O número de mortos provocados pelo novo coronavírus subiu nesta quarta-feira para 490, e o total de pessoas infectadas aumentou para 24.324, anunciaram as autoridades de saúde de Pequim.

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