“Trump 4eva”. As reacções ao desfecho do impeachment

Donald Trump foi absolvido das duas acusações pelos senadores republicanos: abuso de poder e obstrução ao Congresso. Já reagiu no Twitter

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LEAH MILLIS/Reuters

impeachment acabou e, como seria de esperar, Donald Trump foi absolvido pelos senadores republicanos. Mitt Romney foi o único republicano a votar a favor da condenação do Presidente norte-americano no julgamento, considerando-o culpado de abuso de poder; já na acusação de obstrução ao Congresso Trump foi absolvido com os votos de todos os do seu partido, 53.​ E as reacções não tardaram a chegar.

O próprio Donald Trump publicou rapidamente um vídeo, na rede social Twitter, onde figura uma capa da revista Time com a legenda “Como o ‘Trumpismo’ supera Trump”. O vídeo, de curta duração, mostra ainda o logótipo da campanha de Trump em 2024, 2028, 2032 e assim sucessivamente até ao ano 90.000 e termina com uma imagem do Presidente norte-americano com a legenda “Trump 4eva” ("Trump para sempre"). O presidente norte-americano tem brincado com a ideia de continuar no poder depois de uma primeira reeleição, algo que não é possível, e este parece ser um piscar de olhos à ideia de que não vai desaparecer tão depressa. 

Já Hillary Clinton lamentou o desfecho: “Quando o julgamento do impeachment do Presidente começou, os senadores republicanos juraram defender a Constituição. Hoje, 52 deles votaram e traíram esse juramento — e todos nós. Estamos a entrar em território perigoso para a nossa democracia. Vai ser preciso todos nós trabalharmos juntos para a restaurarmos”, escreveu no Twitter.

O advogado de Donald Trump, Rudy Giuliani, escreveu no Twitter que Trump está “absolvido para a vida”. Uma expressão utilizada também pelo republicano Kevin McCarthy, que publicou um vídeo na mesma rede social a rasgar um documento, ao que parece em tom de resposta à presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, que rasgou o discurso de Trump na televisão por não ter encontrado uma “página com verdade”Pelosi afirmou ainda, no início desta semana, em declarações ao New York Times que o legado de Trump iria ficar “para sempre” marcado pelo impeachment.

“Hoje, o Presidente e os senadores republicanos normalizaram a ilegalidade e rejeitaram o sistema de checks and balances [o equilíbrio da separação de poderes] da nossa Constituição”, disse Nancy Pelosi, em comunicado, após a decisão ser anunciada. A presidente da Câmara dos Representantes lamentou novamente o facto de o Senado ter recusado ouvir novas testemunhas, argumentando que a falta de provas deslegitima a absolvição de Trump. “O Presidente irá gabar-se que foi absolvido. Não pode haver absolvição sem julgamento, e não há julgamento sem testemunhas, documentos e provas”, reiterou.

Por sua vez, o líder da maioria do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, mostrou-se “surpreendido e desapontado” com o voto de Mitt Romney, sem alimentar, no entanto, rumores de um possível afastamento de Romney.

A porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grisham, classificou de “fraudulenta” a “tentativa de impeachment inventada pelos democratas”, que terminou com a “total exoneração” de Trump. “Como sempre dissemos, ele não é culpado”, escreveu em comunicado. Mas o alvo não foram só os democratas. Classificando os argumentos para a condenação de Trump de “infundados”, Grisham acrescenta que, a favor, votaram “apenas os adversários políticos do Presidente – todos democratas, e um candidato republicano à presidência falhado”, referindo-se a Romney.

O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, elogiou o discurso do Estado da União de Trump e celebrou a absolvição do Presidente norte-americano. “Após uma investigação fraudulenta e um impeachment partidário, acabou, América. Foi uma semana incrível”, disse Pence, durante o evento “Mulheres por Trump” na Pensilvânia.

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