Na antiga Escola Francisco Sanches vai nascer o Arquivo Municipal de Braga

Disperso por vários sítios, o arquivo do município vai ser reunido e guardado no edifício da antiga escola, situado em São Vítor, após uma intervenção que deve custar 1,5 milhões de euros e pode ainda começar antes do final de 2020. O espaço vai também ser utilizado para a criação cultural, tendo em conta a candidatura a Capital Europeia da Cultura.

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Além de reunir o arquivo municipal disperso, a Escola Francisco Sanches vai também acolher o espólio do Museu da Imagem Câmara Municipal de Braga

Depois de um passado com gerações e gerações de alunos a entrarem e a saírem, junto à Rua D. Pedro V, que liga o centro histórico e a zona oriental da cidade, o antigo edifício da Escola Francisco Sanches vai transformar-se no Arquivo Municipal de Braga, revelou, nesta quarta-feira, a vereadora Olga Pereira. “Vamos concentrar em cerca de 2000 metros quadrados todo o arquivo actualmente existente, que se encontra distribuído por vários edifícios municipais. Está muito disperso neste momento. Isso também inclui o arquivo histórico”, avançou a responsável pela gestão dos equipamentos municipais.

Esses 2000 metros quadrados correspondem ao rés-do-chão de um imóvel com uma área total de 6415 metros quadrados, cuja requalificação pode começar antes do término de 2020, já que se prevê o lançamento do concurso público até Setembro, disse. Esse espaço que vai albergar o arquivo, acrescentou a vereadora, vai ter “entrada acessível para pessoas com mobilidade reduzida”. No interior, haverá uma zona pública, com “salas de consulta e biblioteca”, e uma zona técnica, reservada para a “desinfestação e higienização de documentos”. Além de reunir o arquivo municipal disperso, a Escola Francisco Sanches vai também acolher o espólio do Museu da Imagem, actualmente em obras.

A criação do arquivo, salientou Olga Pereira, vai custar cerca de 1,5 milhões de euros e pode ser financiada por alguma verba que reste do quadro comunitário Portugal 2020 ou pelo próximo, o Portugal 2030. Essa obra, projectada pelo arquitecto Mário Louro, da Divisão do Centro Histórico da autarquia, vai corresponder à primeira fase de uma intervenção que visa ainda transformar a antiga Escola Francisco Sanches num “centro cívico de matriz cultural”, como descreveu o presidente da Câmara, Ricardo Rio, também presente na apresentação do projecto.

Depois da construção da nova Escola EB 2 e 3 Francisco Sanches, na Rua do Taxa, ali perto, o município recebeu o imóvel do Ministério da Educação em 2014. Houve outras soluções pensadas para aquele espaço, como a instalação da Junta de Freguesia de São Vítor, a mais populosa do concelho de Braga (mais de 30.000 habitantes), ou a criação de um centro comunitário, onde instituições sociais, culturais e desportivas pudessem coexistir. Ricardo Rio considerou, porém, que a aposta na criação cultural é, a seu ver, a decisão que mais se adequa, por causa da candidatura a Capital Europeia da Cultura (CEC), em 2027.

Ao lado do autarca, a vereadora para a cultura, Lídia Dias, realçou que o espaço vai acolher a criação artística por agentes da cidade, mas também exteriores à cidade, e beneficiar assim não só a candidatura a CEC, mas também a estratégia cultural do município para a década (Braga Cultura 2030). Esse plano ambiciona transformar Braga “numa cidade mais vibrante, cosmopolita, europeia”, respeitando os 2.000 anos de história da urbe fundada durante o Império Romano, frisou a vereadora.

A título de exemplo, a vereadora lembrou qu e a escolha de Braga como Cidade Criativa para as Artes Multimédia pela UNESCO, em 2017, permitiu dar visibilidade às pessoas que já faziam esse trabalho na cidade e incentivar a criação de um espaço dedicado a essa forma de expressão artística no cineteatro São Geraldo.

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