Ensaio de uma despedida de uma das personagens romanescas memoráveis da ficção portuguesa contemporânea

Com trinta anos de serviço policial e literário, o inspector portuense Jaime Ramos faz contas à vida. Criação de Francisco José Viegas, é uma das poucas personagens romanescas (facilmente) memoráveis da ficção portuguesa contemporânea.

Foto
Francisco José Viegas é autor de uma das poucas personagens romanescas memoráveis da ficção portuguesa: Jaime Ramos rui gaudêncio

Jaime Ramos vai envelhecendo. Como toda a gente. E ensaia a sua despedida. Com trinta anos de serviço, chegado aos 60 de idade, o inspector já poderia “meter os papéis” (creio que é assim que se diz e que se faz) para a reforma, mas lá vai resistindo. Resistir é o verbo adequado, pois sempre houve na Judiciária — onde só imperam as “boas práticas” modernas, inclusivamente na linguagem (“Nada de caralhadas, portanto”, resumirá Ramos) — quem lhe quisesse fazer a folha, isto é, antecipar-lhe burocrática e disciplinarmente o descanso prometido.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar