“A maioria dos governantes angolanos não consegue justificar o seu património”

Adalberto da Costa Júnior, líder da UNITA e da oposição em Angola, diz que “há proteccionismos evidentes” na luta contra a corrupção no seu país. E que “deixar transcorrer as imunidades” de José Eduardo dos Santos e de Manuel Vicente “é uma questão de opção”. Quanto à transição de poder, refere que chega a haver mais “manipulação partidária” agora.

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"Os filhos do ex-Presidente não se podem queixar, porque foram actores em factos ilegais", afirma o líder da UNITA AMPE ROGÉRIO/LUSA

Eleito presidente da UNITA em Novembro, Adalberto da Costa Júnior tem uma longa trajectória na política angolana, sucedendo a Isaías Samakuva depois de ser porta-voz e líder da bancada do seu partido na Assembleia Nacional (AN). Esta quarta-feira, é nessa qualidade que é recebido pelo Presidente João Lourenço na Cidade Alta e não como membro do Conselho da República (equivalente ao Conselho de Estado português), para o qual foi nomeado na semana passada. Em entrevista telefónica, o líder da oposição angolana falou do caso Isabel dos Santos, da falta de transparência da luta contra a corrupção, da manipulação partidária que, “em alguns casos, com esta presidência, aprofundou-se”, da tentativa de aliciamento dos dirigentes da UNITA por parte dos serviços de inteligência ao serviço do MPLA e do receio do partido do Galo Negro que o partido no poder esteja a preparar-se para adiar as eleições autárquicas que o Presidente prometera para 2020.

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