Tratamento do cancro do esófago vale prémio a investigadora do IPO do Porto

O projecto de Ana Catarina Macedo da Silva passa pela realização de triagem dos doentes com cancro do esófago para definir o tratamento mais adequado.

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O Prémio Príncipe da Beira Ciências Biomédicas foi entregue a Ana Catarina Silva; Lúcia Raquel Moreira Faria, internista no Hospital de Santo António, no Porto, recebeu uma menção honrosa CâMARA MUNICIPAL DE GUIMARãES

A investigadora do Instituto Português de Oncologia do Porto Ana Catarina Silva venceu a edição 2019 do Prémio Príncipe da Beira Ciências Biomédicas, com um projecto relacionado com o cancro do esófago, foi anunciado esta terça-feira. O prémio, no valor de 15 mil euros, foi entregue na Câmara Municipal de Guimarães.

A investigadora, de 24 anos, explicou à agência Lusa que o objectivo é fazer “uma espécie de triagem” dos doentes com cancro do esófago, de modo a poder definir o tratamento mais adequado e mais favorável. “O meu projecto passa pela identificação das moléculas que estão presentes no doente, para perceber se ele vai ou não responder à radioterapia”, referiu.

Ana Catarina Silva sublinhou que, actualmente, os doentes são avaliados de acordo com o estado do tumor e o tratamento é definido em função dessa avaliação, podendo optar-se pela radioterapia ou pela cirurgia. Com este projecto, a ideia é, através de amostras de sangue, antecipar a resposta que o doente vai dar ao tratamento.

“Se se concluir que vai responder à radioterapia, poupa-se o doente à intervenção cirúrgica, que é extremamente invasiva e muito complicada. Se se concluir que não vai responder, parte-se logo para a cirurgia, sabendo-se que neste tipo de doenças o tempo pode fazer toda a diferença”, explicou ainda. A investigação vai agora ser desenvolvida com a ajuda do prémio agora atribuído.

O júri decidiu ainda atribuir uma menção honrosa a Lúcia Raquel Moreira Faria, internista no Hospital de Santo António, no Porto, por um trabalho sobre o lúpus eritematoso sistémico, uma doença auto-imune debilitante e imprevisível, caracterizada pela heterogeneidade clínica e laboratorial.

A edição de 2019 deste prémio recebeu um total de 44 candidaturas. Instituído pela Fundação D. Manuel II, pela Universidade do Minho e pelo município de Guimarães e destinado a “menores de 40 anos”, o prémio pretende reconhecer a investigação de excelência na área das ciências biomédicas.

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