The Room: o “melhor pior filme de sempre” tem duas sessões no Porto

Aquele que é considerado o “melhor pior filme de sempre” é exibido no Porto, 17 anos depois da estreia, em duas sessões com a presença de um dos protagonistas, Greg Sestero. A 7 e 8 de Fevereiro, no Passos Manuel.

Foto
Juliette Danielle, Tommy Wiseau e Greg Sestero DR

“Considerado o ‘melhor pior filme de sempre’, tem feito as delícias do público um pouco por todo o mundo, estando em exibição regular há 17 anos.” Assim descreve a organização do Passos no Escuro o filme The Room (2003, Tommy Wiseau), que vai ser exibido em duas sessões no Porto, a 7 e 8 de Fevereiro, no âmbito do ciclo de cinema no Passos Manuel.

No ano de estreia, lia-se na plataforma Rotten Tomatoes: “um autêntico clássico de sessões da meia-noite, é uma obra-prima mal-orientada que subverte as regras do cinema com um entusiasmo sem limite, relegando as artes mundanas da representação, escrita e cinematografia à irrelevância”.

Mas esta não é a primeira vez que a anti obra-prima se exibe em Portugal nos últimos anos. Em 2013 e 2017, o co-protagonista Greg Sestero esteve em Lisboa para as exibições do filme. Agora é a vez do Porto. Se havia muita demanda nesta cidade, o responsável pelo Passos no Escuro, José Santiago, não o sabia: “Era só lógico que inseríssemos The Room nas nossas sessões de terror e de culto”.

A oportunidade deu-se com a passagem de Sestero por Espanha. “Aí fizemos a proposta e ele aceitou, com todo o gosto” — até porque nunca passou pelo Porto, continua José Santiago. Os bilhetes para a primeira sessão, marcada para sábado, 7 de Fevereiro, às 21h30, esgotaram em apenas três dias. No domingo, 8, a sessão está agendada para as 17h. Os bilhetes custam oito euros.

Durante as sessões, o público é convidado a beber shots de scotchka, arremessar colheres ao ecrã e fazer comentários mais debochados durante o filme. Tudo vai ter “como princípio as sessões mais emblemáticas na Europa, no Prince Charles Cinema”, em Londres, assim como algumas ideias usadas nas sessões que decorreram em Lisboa. As colheres, todavia, serão “inovadoras”: “É algo com que, actualmente, nos digladiamos, estamos a tentar encontrar colheres que não sejam de plástico, possam ser reutilizadas e sejam as melhores para reciclar”. 

A sessão vai contar ainda com uma performance de Sestero, com membros voluntários do público, a partir de instâncias insólitas do guião, de um momento de perguntas e respostas com a audiência e, também, da exibição de um documentário de 30 minutos, da autoria de Sestero, sobre a produção do bem mal-amado filme. Este nasceu após “Sestero ter percebido que havia ainda mais uma oportunidade de dar a visão dele sobre a produção”, depois do livro autobiográfico. Este, The Disaster Artist, já tinha dado origem ao biopic Um Desastre de Artista, realizado e protagonizado por James Franco, como Wiseau, em 2017.

As aventuras de Wiseau e Sestero não se ficaram pelo início dos anos 2000: na calha está o lançamento de Big Shark e em 2018 foi lançada uma obra em dois volumes, Best F(r)iends

Sugerir correcção
Comentar