Portugal regressa ao Championship com uma vitória

A selecção nacional de râguebi derrotou neste sábado a Bélgica, por 23-17, mas voltou a exibir fragilidades no duelo entre avançados.

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FPR

Esteve muito longe de ser uma exibição perfeita, mas o mais importante foi alcançado. Quase quatro anos depois de se despedir do Rugby Europe Championship com uma pesada derrota frente à Rússia (21-53), Portugal regressou ao escalão mais alto das competições organizadas pela Rugby Europe com o pé direito. No Estádio Universitário, em Lisboa, a selecção portuguesa de râguebi voltou a exibir fragilidades no duelo entre avançados, mas conseguiu derrotar a Bélgica (23-17), ficando em excelente posição para evitar ter que disputar em Junho um play-off frente ao vencedor do Rugby Europe Trophy.

Depois de dois jogos-teste em Novembro disputados no Brasil e no Chile, o regresso de Portugal ao Championship assinalava a estreia em “jogos a doer” para Patrice Lagisquet e no final da partida contra os belgas, o técnico francês voltou a admitir que Portugal precisará de ter outros trunfos para ambicionar bons resultados frente aos restantes quatro rivais no Championship: Roménia, Rússia, Geórgia e Espanha.

“Muito contente” pela vitória contra a Bélgica, Lagisquet reconheceu que a grande maioria dos seus jogadores não estão “habituados a jogar a este nível”, adiantando, porém, que dentro de uma semana, nas Caldas da Rainha, Portugal terá frente à Roménia disponíveis mais atletas que competem nos campeonatos profissionais em França. 

Sobre o jogo contra os belgas, teoricamente o mais acessível para Portugal no Rugby Europe Championship 2020, Lagisquet elogiou a primeira parte portuguesa, reconhecendo “alguma indisciplina” no segundo tempo. O francês, no entanto, mostrou-se visivelmente agradado pelo “espírito fantástico” dos portugueses, que “encontram sempre alguma energia para ganhar os jogos.”

Apesar dos elogios de Lagisquet, o confronto com a Bélgica colocou a nu problemas antigos de Portugal. Privados de quase duas dezenas de profissionais que alinham no estrangeiro, os Lobos voltaram a entrar em campo com um XV repleto de juventude - 12 jogadores da equipa inicial tinham menos de 25 anos -, mas na primeira parte, embora sentindo muitas dificuldades nos alinhamentos, os portugueses mostraram serem tecnicamente superiores aos belgas.

Mesmo não tendo um claro domínio territorial, Portugal conseguia criar desequilíbrios na defesa adversária sempre que circulava a bola nas suas alinhas-atrasadas e, aos 14’,  chegou ao ensaio: após uma boa combinação entre os centros portugueses (Appleton e Vidinha), a bola chegou às mãos de Manuel Cardoso Pinto e a velocidade do defesa português fez o resto.

Ainda antes do intervalo, a primeira vez que Portugal ganhou um alinhamento resultou em novo ensaio, desta vez marcado na ponta por José Maria Vareta. 

Com uma vantagem de 14-0, a equipa nacional parecia lançada para um jogo tranquilo, mas o filme do jogo mudou na segunda parte. Com o terreno mais pesadao, os belgas passaram a usar e abusar do jogo fechado pelos seus avançados. Resultado? Com dois ensaios na sequência de mauls dinâmicos, os belgas em vinte minutos anularam a desvantagem (17-17).

Em risco de perder a partida, Portugal reagiu bem. Nos últimos minutos, os portugueses voltaram a ter o domínio territorial e, com os belgas novamente em dificuldades, surgiram duas penalidades que Dany Antunes não desperdiçou. O jovem jogador do RC Massy voltou a mostrar-se letal no jogo ao pé, terminando a partida com 13 pontos que fizeram a diferença no final.

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