Em fábricas abandonadas produziam-se lanchas para transportar droga

PJ desmantelou esquema de produção clandestina de embarcações. É um caso “inédito” na zona.

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Unidade funcionava na zona do cais comercial de Faro ANTóNIO CARRAPATO/Arquivo

As autoridades desmantelaram uma unidade de produção de lanchas rápidas habitualmente utilizadas no transporte marítimo de droga, que funcionava clandestinamente numa zona industrial em Faro, um facto “inédito” na região, anunciou esta sexta-feira a Polícia Judiciária (PJ).

Em comunicado, a PJ referiu que a produção clandestina “se desenvolvia em instalações industriais desactivadas”, acrescentando que a operação decorreu no âmbito de uma “investigação por tráfico de estupefacientes, fraude fiscal e branqueamento de capitais”, em cooperação com a Polícia Marítima de Faro e a Unidade de Controlo Costeiro da GNR de Olhão.

A Judiciária adiantou, na nota, que as instalações clandestinas se situavam num “polígono industrial da cidade de Faro”. Uma fonte policial precisou à agência Lusa que a unidade funcionava na “zona do cais comercial de Faro”. “Após semanas de investigação, foi possível recolher indícios que permitiram concluir a existência de uma relação desta unidade com o tráfico de droga”, disse a mesma fonte à Lusa.

A PJ referiu que foram identificadas quatro pessoas, “de nacionalidade espanhola, conotadas com o fabrico e o transporte das embarcações”. Foram também apreendidas “três embarcações semi-rígidas, com aproximadamente 12 metros de comprimento, de cor preta, duas delas em processo final de construção e uma em formato modular”, assim como “diversa matéria-prima e ferramentas adequadas ao seu fabrico”.

“A produção desenvolvia-se em total clandestinidade, sem qualquer registo, alvará ou autorização e constitui facto inédito na região”, realçou ainda a mesma fonte.

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