Comandante de voo de repatriamento tem “orgulho por trazer as pessoas de volta”

“Estamos prontos para partir. É uma missão humanitária”, disse o comandante, Antonios Efthymiou, que não se mostra receoso. O voo fretado para repatriar europeus parte esta quinta-feira de Beja.

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O avião que irá repatriar os 17 portugueses que estão em Wuhan LUSA/LUIS LOURENCO

O comandante Antonios Efthymiou, da companhia encarregada de operar o voo charter que irá repatriar os portugueses actualmente em Wuhan, disse esta quinta-feira que está tudo preparado para dar início à missão, salientando que foram tomadas todas as precauções. “Estamos prontos para ir e trazer as pessoas, portugueses incluídos”, disse o comandante da companhia aérea portuguesa Hi Fly aos jornalistas no aeroporto de Beja. 

Antonios Efthymiou explicou que o voo parte esta quinta-feira para Paris (França) e na sexta-feira viaja para Hanói (Vietname) e só depois seguirá para a China. “Depois disso, o avião volta para aqui [Beja] ou faz outra missão, depende”, disse. O comandante da Hi Fly indicou que deverão ser repatriadas 350 pessoas, incluindo cidadãos portugueses. Um primeiro voo para repatriar cidadãos europeus saiu de França e deverá chegar à China hoje ou amanhã.

Fonte europeia disse à agência Lusa, na quarta-feira, que 17 cidadãos portugueses que estão na China – quase todos em Wuhan, na província de Hubei —, já pediram para deixar o país.

Questionado sobre se a tripulação teve algum treino específico por causa do vírus, o comandante esclareceu que têm estado em contacto com o departamento médico da companhia e tiveram uma preparação especial nas instalações da empresa em Lisboa. “Todas as precauções foram impostas pelas autoridades de aviação asiáticas. (…) Estamos prontos para partir. É uma missão humanitária e temos orgulho em trazer as pessoas de volta. Podia ser a nossa família”, sublinhou.

Quando questionado sobre se tem receio de fazer a missão, Antonios Efthymiou negou e disse “estar contente por fazer este voo e trazer as pessoas”.

O avião partiu do aeroporto de Beja às 10h rumo a França, “onde entrarão cerca de três dezenas de operacionais” — entre médicos, autoridades e técnicos de saúde — seguindo depois para o Vietname.

Na quarta-feira, o Jornal de Notícias (JN) adiantava que a pista do aeroporto de Beja — a única infra-estrutura aeroportuária em Portugal capaz de acolher a maior aeronave comercial do mundo (A380) – tem mais duas horas reservadas para voos posteriores à partida do primeiro. Esta informação pode indicar que irão partir mais voos fretados com destino à China. A Lusa contactou os ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa Nacional, a Força Aérea Portuguesa, a ANA Aeroportos de Portugal e a companhia aérea Hi Fly, mas não conseguiu confirmar informações sobre quaisquer voos fretados.

O JN dá conta igualmente de que “às 11h e às 15h poderão ocorrer mais voos da Hi Fly” com o mesmo objectivo. A aeronave que deverá partir às 11h “também faz escala em França”, mas o voo seguinte deverá rumar a Bruxelas, na Bélgica, de onde seguirá com destino ao Vietname.

O JN questionou a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, sobre um eventual apoio das autoridades de saúde portuguesas, tendo a responsável confirmado que este organismo iria “enviar técnicos para explicar às tripulações portuguesas quais os comportamentos a adoptar” neste tipo de operação.

A China elevou para 170 mortos e mais de 7700 infectados o balanço de vítimas do novo coronavírus detectado em Dezembro em Wuhan, capital da província de Hubei (centro)

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