Imagens de satélite mostram as ruas vazias de Wuhan

Os esforços de quarentena das autoridades chinesas alteraram tanto o quotidiano da cidade de Wuhan que a diferença é visível nas imagens de satélite.

Travessia do Rio Yangtze

REUTERS/Planet Labs Inc

Imagens de satélite de Wuhan mostram a cidade no centro da China quase sem carros e pessoas e funcionam como uma ilustração dramática da quarentena imposta pelas autoridades chinesas e do seu sucesso a convencer os residentes do epicentro do surto de coronavírus a ficar em casa.

Plantada nas margens do rio Yangtzé e propensa a cheias devastadoras, Wuhan estende-se por mais de 8.500 km² – quase três vezes o tamanho da área metropolitana de Lisboa – e inclui zonas rurais assim como uma extensa zona urbana.

As autoridades fecharam praticamente a cidade de 11 milhões de habitantes, centro nevrálgico das redes de transporte, durante aquela que é normalmente a época mais concorrida do ano – as festividades do Novo Ano Lunar – quando milhões de pessoas viajam até à terra natal para visitar a família.

Uma imagem de 28 de Janeiro de uma ponte sobre o rio Yangtzé mostra a estrada sem carros, deserta quando comparada com uma imagem do mesmo local de de 12 de Janeiro, em que é visível uma torrente de rectângulos brancos a atravessar a artéria.

A imagem mais recente revela também a ausência de veículos estacionados nas ruas à volta, por entre bairros com casas de telhados vermelho e arranha-céus. E até os navios nas águas castanhas do rio, visíveis antes, estão agora ausentes.

Estação de comboios de Wuhan

REUTERS/Planet Labs Inc

Noutra fotografia de 28 de Janeiro, sobre a habitualmente concorrida estação de comboios da cidade, nota-se a alta comboios e carros que indiquem actividade humana, ainda que algumas partes estejam tapadas pelas nuvens.

O número de passageiros na estação de comboio de Wuhan caiu até aos mínimos, segundo a imprensa, e milhões nas cidades vizinhas ficaram sem transportes, depois de as redes de transportes públicos terem sido interrompidas para travar a propagação do coronavírus, que se acredita ter-se originado num mercado ilegal de animais selvagens.

Agora, com a contagem de mortos da epidemia a chegar aos 170 na China, e com 7.711 infectados, crescem as preocupações de que as restrições às viagens possam deixar milhares de trabalhadores fabris em dificuldades para regressar a casa e ao trabalho na semana a seguir às férias, naquela que é a segunda maior economia do mundo.

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