Defesa destaca aposta tecnológica com simulador para Pandur

Estas viaturas blindadas substituiram as velhas chaimite com décadas de utilização nas Forças Armadas.

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João Gomes Cravinho terminou esta quarta-feira o primeiro roteiro da Defesa Andre Rodrigues

O ministro da Defesa foi esta quarta-feira conhecer o simulador de condução de viaturas blindadas Pandur, no Regimento de Infantaria 13 (RI 13), em Vila Real, uma aposta tecnológica que “faz sentido” pela “poupança de recursos” e pela “criação de capacidades”.

O centro de formação do RI 13 inclui um simulador dinâmico de condução da Pandur II (8X8), usado para formação e treino, num cenário idêntico ao real, dos condutores e chefes desta viatura blindada de rodas. Do equipamento faz parte uma cabine que é uma réplica exacta do interior do blindado e ainda uma sala com vários monitores, a estação do operador, onde se controla o simulador.

A cabine está suspensa num sistema hidráulico que permite simular todos os movimentos da viatura, como as subidas verticais ou laterais, a passagem por areais ou percursos de água, em valas ou entre obstáculos. Neste centro existe um outro simulador de treino táctico, utilizado para a viatura porta canhão 30 milímetros.

João Gomes Cravinho, que cumpre esta quarta-feira em Vila Real, o terceiro e último dia do primeiro Roteiro de Defesa Nacional, assistiu a demonstrações do funcionamento destes equipamentos.

“Tive oportunidade de ver a tecnologia em funcionamento, nomeadamente com dois tipos de simuladores para os nossos veículos Pandur, que permitem uma formação dentro do enquadramento de segurança (...), mas com condições muito realistas e que representa, para as nossas forças, uma forma de treinar que faz sentido do ponto de vista económico, que faz muito sentido do ponto de vista da poupança de recursos e, sobretudo, da criação de capacidades”, afirmou o ministro.

O capitão João Magalhães, adjunto da secção de formação do RI 13, destacou que as vantagens do simulador passam pela “parte económica” e ao “nível da segurança”, pois “permite ao formando ter um contacto com a viatura antes da passagem à condução real”.

Durante a demonstração foi explicado que uma hora de treino neste equipamento custa cerca de seis euros em electricidade, enquanto o custo com o combustível para a viatura é muito superior.

“São projectos muito importantes para Portugal na medida em que dão capacidade muito especial às nossas forças nacionais destacadas, como estamos a verificar na República Centro Africana, e Portugal consolida, reforça a sua posição de exportador de segurança internacional através das suas diversas capacidades, incluindo as Pandur”, salientou.

Por outro lado, para o ministro, as Pandur representam “um salto” em “termos de segurança” e também “tecnológico”. O RI 13 foi das primeiras unidades do Exército a receber as viaturas blindadas Pandur II (8x8), que substituíram as velhas chaimite das Forças Armadas. Desde 2009, este regimento ministrou 143 cursos e formou à volta de 1.900 condutores e chefes das Pandur.

Ainda no distrito de Vila Real, o ministro visitou, nesta terça-feira, a Delegação Marítima da Régua e o posto local da Polícia Marítima, responsável pelo controlo e fiscalização do tráfego fluvial no rio Douro. Em 2018, segundo dados da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, estavam registadas 113 embarcações marítimo-turísticas nesta via navegável, um número que sobe há anos consecutivos.

Na Delegação Marítima da Régua são coordenadas operações relacionadas com o apoio às populações, a segurança das embarcações e infra-estruturas em situação de cheias e ainda as manobras de abastecimento de água para o combate aéreo aos incêndios. O ministro fez questão de destacar este papel “muito importante, fundamental, mas pouco conhecido da Polícia Marítima”.

Ao longo de três dias, João Gomes Cravinho passou por instalações das Forças Armadas, passou por escolas, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e encontrou-se com empresários. “Para mim, enquanto ministro, era também importante sair e falar sobre a Defesa Nacional como um todo e tem sido muito gratificante entender a forma com as pessoas se interessam por estas matérias, querem saber e fazem perguntas muito diversas”, afirmou, em jeito de balanço do roteiro. O governante referiu que este é “um modelo que vale a pena apurar e repetir em outras partes do país”.

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