Num ano, as queixas contra os ginásios aumentaram 64%

Reclamações aumentaram 64%. Os ginásios que reuném o maior número de reclamações são também os preferidos dos consumidores.

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Em 2019 foram preenchidas 369 reclamações contra ginásios William Choquette/Pexels

Frequenta o ginásio? Já se chateou porque alguma coisa correu menos bem? Há quem se identifique consigo. Em 2019, as reclamações contra os ginásios aumentaram na ordem dos 64%. Problemas com o cancelamento do contrato e cobranças indevidas são as principais queixas. Os dados são do Portal da Queixa, uma rede social para consumidores. 

Durante o ano que passou, foram publicadas 369 reclamações dirigidas a ginásios. Trata-se de um aumento de 64% face a 2018, em que foram preenchidas 225 queixas neste portal online.

Fitness Hut é o ginásio contra o qual mais queixas foram registadas: 136 reclamações nos últimos 12 meses. Segue-se o Fitness Up, um grupo de ginásios do Norte do país, com 58 reclamações. Com 51, em terceiro lugar, aparecem os ginásios Solinca, seguidos do Pump Fitness Spirit com 32 queixas — estes dois grupos pertencem à Sonae (proprietária do PÚBLICO). No final da tabela está o Holmes Place com 27 reclamações.

Os cinco ginásios com maior número de reclamações são também os campeões no que concerne a satisfação dos clientes. No Portal da Queixa, onde também é possível fazer elogios, o Holmes Place atingiu o maior índice de satisfação com 82,5%. Seguem-se o Fitness Up (73,2%), o Pump Fitness Spirit (62,9%) e o Solinca Health Clubs (53%). No final da tabela está o Fitness Hut com um índice de satisfação de 48,1%.

Débitos directos e fidelizações 

Grande parte das queixas recai sobre o débito directo e as cobranças indevidas. Em muitas das reclamações ao Fitness Hut pode ler-se que depois de o cliente ter cancelado o contrato com a empresa, continua a ser cobrada a mensalidade. “Inscrevi-me no Fitness Hut de Setúbal no início do ano passado. Cerca de dois meses depois realizei o cancelamento, visto que não frequentava o ginásio tanto como pretendia. Um ano e meio passou e de 20 em 20 dias é-me retirado 15 euros da conta sem a minha autorização”, escreve um utilizador do Portal da Queixa.

O Portal da Queixa aconselha a procurar uma alternativa ao débito directo, se o consumidor não se sentir confortável com este modo de pagamento. Alguns ginásios permitem o pagamento em numerário na recepção do clube, desde que pague várias mensalidades de uma só vez. Também é possível pagar através de referência multibanco.

O consumidor deve ter ainda atenção às fidelizações, escritas muitas vezes nas letras pequenas dos contratos, alerta o site. Se não existir fidelização, à partida, deve ser fácil rescindir o contrato. Tome nota de quanto tempo antes deve avisar o ginásio, para que não lhe sejam cobradas mensalidades indesejadas, sem que frequente as instalações. Foi o que aconteceu a uma cliente do Solinca Health Clubs que tinha um contrato de um ano e que desconhecia que este era automaticamente renovável por mais seis meses.

O grupo Fitness Up confirmou ao PÚBLICO que os cancelamentos de contratos e os débitos directos são a principal fonte de reclamações. “Temos poucas queixas (58 reclamações em 2019) porque no momento da adesão temos o cuidado de explicar tudo”, garante a Jerusa Salgado, responsável do departamento de qualidade do grupo. 

No Portal da Queixa encontram-se reclamações sobre vários temas: desde a temperatura da água nos balneários, a simpatia dos funcionários ou até lesões provocadas por uma sessão de personal training.

O PÚBLICO contactou os vários grupos de ginásios e até ao momento só recebeu resposta do grupo Fitness Up.

Texto editado por Bárbara Wong

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