Roger Federer escapa a sete match-points

O suíço eliminou Tennys Sandgren e, nas meias-finais do Open da Austrália, vai defrontar Novak Djokovic pela 50.ª vez.

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LUSA/SCOTT BARBOUR

FedEx, King Roger, The Swiss Maestro, GOAT (Great Of All Time)… são muitos os nomes por que é conhecido Roger Federer. Agora também se pode acrescentar Houdini, depois de, pela segunda vez neste Open da Austrália, o suíço ter escapado miraculosamente à eliminação. E com uma novidade: pela primeira vez, salvou sete match-points. A incredulidade de Federer por ter passado às meias-finais foi tanta, que até teve pena do seu adversário, Tennys Sandgren

“Sinto-me mal porque ele não fez nada de errado. De certa maneira, foi apenas sorte. Poderia ter pestanejado na altura errada, falhado a bola e tudo tinha terminado”, admitiu Federer, após ter vencido um sexto encontro consecutivo em cinco sets: 6-3, 2-6, 2-6, 7-6 (10/8) e 6-3. 

Sandgren (100.º) confirmou que não foi por acaso que já venceu cinco adversários do top 10 em torneios do Grand Slam e fez uma exibição em crescendo, contrastando como a do adversário. A 0-3 do terceiro set, Federer recebeu assistência médica, devido a uma lesão na virilha. A velocidade média do primeiro serviço baixou para 177 km/h. Nessas duas partidas, o suíço acumulou 30 erros não forçados e até levou uma (raríssima) advertência por “obscenidade audível”.

Na quarta partida, Federer melhorou ligeiramente, mas, ao servir a 4-5, teve de enfrentar três match-points. Tal como no tie-break decisivo da terceira ronda com John Millman, o suíço não arriscou. No tie-break, anulou outros três match-points seguidos, para igualar a 6/6, e mais um a 6/7.

Sandgren reapareceu no quinto set mais descrente e cansado, enquanto Federer actuava perto do seu melhor, apoiado no serviço que voltava a rondar os 200 km/h. Depois de três sets sem conseguir um break, o suíço distanciou-se para 4-2 e concluiu, sem festejar, ao fim de três horas e meia.

“Não gastei muita energia emocional porque depressa me apercebi que as coisas não iam ser como eu queira. Quando cheguei ao quinto set, senti que não estava exausto fisicamente como frente a Millman. Às vezes depende de como nos sentimos por dentro e posso dizer que, agora, sinto-me muito bem”, afirmou Federer, já antevendo o 50.º embate com Novak Djokovic, nas meias-finais.

O número dois mundial somou a 10.ª vitória em outros tantos duelos com Milos Raonic, que assinou 18 ases (de um total de 48 winners), mas nunca conseguiu quebrar o serviço do sérvio e cedeu em três partidas: 6-4, 6-3 e 7-6 (7/1).

Do lado das senhoras, o Open da Austrália apadrinha a estreia de uma jogadora nas meias-finais de um major pelo oitavo ano consecutivo. Nesta edição, será mais uma norte-americana, Sofia Kenin (15.ª), que se superiorizou à tunisina Ons Jabeur (78.ª), vencendo com um duplo 6-4 e preparando-se para defrontar agora Ashleigh Barty.

Sem deslumbrar, a número um mundial, com a ajuda dos 38 erros não forçados de Petra Kvitova (8.ª), venceu a bicampeã de Wimbledon, por 7-6 (8/6) 6-2, e tornou-se na primeira australiana nas meias-finais do seu Open desde 1984.

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