Pedro Proença: “Chegou a altura de o Governo assumir responsabilidades”

Executivo promete apertar controlo à entrada dos estádios. Elementos das claques vão ter cartão de adepto.

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Pedro Proença na reunião desta segunda-feira com representates do Governo LUSA/Manuel Almeida

O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, defendeu nesta segunda-feira, depois de uma reunião no Ministério da Administração Interna (MAI), que o Governo deve assumir responsabilidades sobre os recentes casos de violência no futebol.

“O que discutimos com o sr. ministro tem que ver com questões de segurança pública e é chegada a altura de o Governo assumir responsabilidades na matéria. O futebol profissional tem seguido o seu percurso autorregulatório, com capacidade de impor sanções aos seus próprios clubes, e o que viemos exigir é que esta franja de adeptos seja claramente vistoriada. Queremos que haja medidas exemplares de segurança relativamente a esta matéria”, pediu Proença.

O presidente da LPFP frisou que esta é uma “luta” dos 34 clubes profissionais de futebol e que não permitirá que “um conjunto muito reduzido de adeptos manchem as competições profissionais”. “O futebol vai continuar nessa guerra, que é uma guerra de combate à violência, e em que não admitiremos que quem tem responsabilidade em termos de segurança pública não o faça, porque o futebol paga muito dinheiro para que isto não aconteça”, atirou o ex-árbitro internacional português.

Pedro Proença adiantou ainda que ficou agendada uma reunião para daqui a 30 dias, para apresentação de uma série de medidas, frisando que este “é um caminho que não terá retorno”.

Auditorias aos estádios e um cartão de adepto

Numa nota enviada à comunicação social, o MAI revela que vão ser realizadas auditorias de segurança aos estádios da I Liga, através da Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD), forças de segurança e Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, na sequência das quais serão determinadas as alterações a introduzir nos estádios, de modo a permitir a realização de jogos na próxima época.

Adianta ainda esta nota enviada às redacções que serão tomadas medidas adicionais de controlo do acesso do público aos jogos considerados de risco elevado, relembrando que na próxima época desportiva entra em vigor o cartão de adepto, que possibilitará a identificação de todos os adeptos que pretendam assistir a um espectáculo desportivo nas zonas reservadas a adeptos que queiram ser portadores de materiais de claque.

Na reunião desta segunda-feira, e além de Pedro Proença e elementos da direcção da LPFP, estiveram presentes o presidente do Mafra e do Cova da Piedade, assim como Lourenço Coelho, em representação do Benfica, e Patrícia Silva Lopes, em nome do Sporting.

Do lado do Governo, marcaram presença o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e Desporto, numa reunião agendada a pedido da LPFP na sequência dos incidentes no derby entre Sporting e Benfica, em que adeptos das claques lançaram tochas para o relvado, obrigando à interrupção da partida por vários minutos.

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