No Vietname, o rio de Hôi An leva luzes e desejos

A lua nova anuncia o começo do Ano Novo vietnamita, o Tet, que se assinala este sábado. Em Hôi An, na região que antigas narrativas portuguesas designavam por Cochinchina, a celebração inclui a deposição de pequenas lucernas acesas na corrente do rio.

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Esponsais, e preliminares afins, podem acontecer no dia de ano novo – ou na véspera – e a circunstância, faça sol ou lua, estrelas ou foguetes, é propícia a sonhos e delírios. Na margem do Thu Bôn, a dois passos da Ponte das Luzes, um par de namorados – ele de camisa branca e ela de ao dai vermelho – embarca num barquinho pousado na polpa sossegada das águas. Não vão longe, o barco nem sai do sítio. O ritual é de dois andamentos breves: o da imagem para o álbum, que testemunhará para a posteridade e para a prole o voluntarioso embarque, e o da deposição de um escrínio de papel na doce corrente do rio. Lá dentro brilha uma chama delicada e com ela o segredo de um desejo, de uma esperança comunicada aos obscuros deuses que regem os destinos humanos. Todos os dias geram em toda a parte desejos, mas dir-se-ia que no Vietname e em Hôi An os há especialmente propícios à sua expressão de um modo festivo e ritual: durante as celebrações do Tet é comum libertar nas águas do Thu Bôn milhares de pequeninas lamparinas que respondem por outros tantos desejos e que desaparecem, vagarosas, na curva do rio.

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