Um novo aeroporto no Centro? Governo estuda juntar aeroporto civil à base de Monte Real

O ministro das Infra-estruturas admite que está a estudar a possibilidade de juntar um aeroporto civil à base militar de Monte Real, em Leiria.

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A adaptação da Base Área 5, da Força Área, em Monte Real é uma das hipóteses estudadas pelo Governo para responder aos pedidos da região Centro miguel manso

O ministério das Infra-estruturas e Habitação confirma que está a estudar a possibilidade de instalar um aeroporto civil na Base Área 5, da Força Aérea, em Monte Real, Leiria. Ao PÚBLICO, o ministério liderado por Pedro Nuno Santos admite que anexação de um aeroporto civil à base militar está em estudo, mas garante que não existem ainda decisões.

A informação surge depois de nesta quinta-feira o Jornal de Leiria ter avançado que o ministro Pedro Nuno Santos enviou uma mensagem ao presidente de câmara de Leiria, o também socialista Gonçalo Lopes, na qual afirmava que o projecto tinha “pernas para andar”.

Ao Jornal de Leiria, o autarca diz que a mensagem deverá significar o reforço do “compromisso do Governo”.

A mensagem surge depois de uma reunião com a delegação da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra a 15 de Janeiro, em Lisboa, onde se discutiu a criação de um aeroporto na região Centro do país. Na nota citada pela agência Lusa, a delegação afirmava que iriam ser “avaliadas e estudadas as soluções com vista a encontrar uma solução viável para a implementação de um aeroporto” nesta região.

Em Julho, em entrevista ao PÚBLICO, Pedro Nuno Santos afastava a hipótese de juntar um aeroporto civil à base militar aérea, por considerar Monte Real “uma base muito importante da Força Aérea”. À data, o ministro das Infraestruturas notava que “coexistência de voos civis e voos militares não é impossível, mas muito complexa”. Por isso, Pedro Nuno Santos defendia a preservação da base militar por entender “fundamental para a defesa do país”, considerando que isso interferiria com a utilização do aeroporto para fins civis.

Para Manuel Machado, presidente da câmara de Coimbra, a abertura da Base Aérea de Monte Real (BA5), no concelho de Leiria, ao tráfego civil “é inexequível”, pois implicaria, por razões de segurança, “um investimento mais oneroso do que a construção de uma pista nova”. Pelas mesmas razões, também a ampliação do aeródromo Bissaya Barreto, em Cernache, no concelho de Coimbra, não deverá ser um cenário provável. Por isso, o autarca defende a criação de um aeroporto de raiz. É mais rentável construir uma pista nova”, de raiz, “num sítio mais adequado”, argumentou Manuel Machado, estimando que essa operação custasse entre 30 milhões e 50 milhões.

No entanto, em 2017, em plena campanha eleitoral, Manuel Machado tinha uma opinião diferente em relação ao aeródromo Bissaya Barreto. Na campanha para as eleições autárquicas, na sua recandidatura à câmara de Coimbra, o socialista assumiu “politicamente a transformação do aeródromo de Cernache em aeroporto comercial”, afirmando que o projecto estava “estudado, é viável e terá custos contidos”. À data, Manuel Machado falava num custo de "10 a 12 milhões de euros”, que poderia ser comparticipado por fundos europeus.

Gonçalo Lopes assumiu o cargo da presidência da autarquia nestas legislativas, depois de o até então presidente da câmara, Raul Castro, ter sido eleito deputado para a Assembleia da República. com Carlos Cipriano

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