O adeus de “sweet” Caroline no Open da Austrália

Também Naomi Osaka, Serena Williams e Stefanos Tsitsipas foram eliminados do primeiro torneio do Grand Slam do ano.

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Ons Jabeur Reuters/KIM HONG-JI

Quatro meses podem fazer muita diferença na carreira de uma tenista. Em Setembro, a desconhecida Qiang Wang e a mediática Cori Gauff foram eliminadas do Open dos EUA de forma fulminante, mas no reencontro com as adversárias de então, Serena Williams e Naomi Osaka, confirmaram os progressos indiscutíveis e eliminaram as favoritas. Mas os holofotes estiveram virados para Caroline Wozniacki, que realizou o último encontro no circuito profissional.

Aos 29 anos, a dinamarquesa despediu-se do ténis no mesmo palco onde obteve o maior título da sua vida. Para trás fica uma carreira recheada de pontos altos: 71 semanas no primeiro lugar do ranking (a primeira em Outubro de 2010); oito épocas concluídas no top-10 (2009-2014 e 2017-2018), incluindo cinco no top-5; 30 títulos em singulares, com destaque para as WTA Finals (2017) e Open da Austrália (2018) – justificando a escolha do torneio australiano para se despedir. “Tive um sonho e trabalhei para o tornar realidade”, resumiu.

Wozniacki foi também sempre reconhecida dos seus pares pela disponibilidade na promoção do ténis feminino e simpatia e alegria contagiante fora do court, sendo “uma inspiração e um modelo para muitas jogadoras”, como elogiou Ons Jabeur, que a derrotou por, 7-5, 3-6 e 7-5. “É bastante apropriado terminar a carreira com um encontro de três sets, uma batalha, que terminou com um erro de direita”, brincou Wozniacki, de lágrimas nos olhos, antes de dar uma volta de honra ao som de “Sweet Caroline”, de Neil Diamond.

A “descoberta” de Ons Jabeur

Jabeur tem passado fora do alcance dos radares, mas só dos ocidentais, já que, no mundo árabe, a tenista tunisina é um ídolo e até recebeu um prémio no recente Arab Women of the Year. A talentosa tenista de 25 anos, que já tinha sido a primeira jogadora árabe a atingir a terceira ronda de um torneio do Grand Slam, em 2017 (Roland Garros), vai estrear-se numa quarta eliminatória diante de Wang, que tem igualmente passado despercebida e poucos se lembram que esteve apenas 44 minutos no court no duelo com Serena Williams no Open dos EUA.

Mas o seu anterior treinador, Peter McNamara, ex-top 10 de singulares e pares, falecido no ano passado, afirmara que ela tinha algo de especial e não foi por muito que Wang não venceu a detentora de 23 títulos do Grand Slam em dois sets, pois serviu a 6-4, 5-4. Wang (29.ª mundial) soube manter-se calma, não enfrentou qualquer break-point no set decisivo, enquanto Serena, cujo último título em majors aconteceu aqui, em 2017 – antes de retirar-se durante 14 meses para ser mãe –, cometeu muitos erros, 56. Na quinta oportunidade no set, a chinesa de 28 anos obteve o break crucial e venceu, por 6-4, 6-7 (2/7) e 7-5.

Já os progressos de Gauff (67.º) não são novidade, mas poucos esperavam que a norte-americana de 15 anos dominasse a campeã em título, Naomi Osaka, em 67 minutos, por 6-3, 6-4, depois de no último Open dos EUA, ter saído do court sob um pesado 3-6, 0-6. “Esta doeu um pouco mais. Adoro-a, mas não gosto desta sensação de perder com ela”, admitiu Osaka (4.ª).

No quadro masculino, Stefanos Tsitsipas (6.º) foi surpreendido pelo experiente Milos Raonic (35.º), que somou 19 ases e não enfrentou qualquer break-point para vencer, por 7-5, 6-4 e 7-6 (7/2).

Roger Federer somou a 100.ª vitória no Open da Austrália, mas teve de trabalhar durante quatro horas até perto da uma da manhã em Melbourne, para ultrapassar o australiano John Millman (47.ª) e travar a série de três encontros perdidos no quinto set. O suíço de 38 anos teve de recuperar de 0/3 e 4/8 no match tie-break, antes de impor-se, por 4-6, 7-6 (7/2), 6-4, 4-6 e 7-6 (10/8).

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