CiCi Bellis regressa diferente, para melhor

Norte-americana recuperou de uma lesão delicada e já está na terceira ronda do Open da Austrália.

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Reuters

Catherine Bellis tem 20 anos, mas não é uma cara nova no circuito profissional. Em 2014, a tenista norte-americana, mais conhecida por CiCi, já fazia estragos no US Open e, três anos depois, derrotava Agnieszka Radwanska (então número seis mundial), Petra Kvitova (14) e Svetlana Kuznetsova (8) e chegava ao 35.º lugar do ranking. Em 2018, a lista de vítimas estendeu-se a Madison Keys (14) e Karolina Pliskova (5), só que problemas físicos travaram a progressão. Quatro cirurgias depois, CiCi Bellis é uma tenista mais madura e esta semana, já estabeleceu um novo máximo pessoal: terceira ronda do Open da Austrália.

“Sinto que, nalgumas coisas, o meu jogo mudou para melhor; sem dúvida que estou mais paciente e, obviamente, que tenho confiança pelos meus resultados do passado, mas penso que sou uma pessoa totalmente nova. Aconteceu-me tanto nos dois últimos anos que penso ter uma perspectiva do ténis totalmente nova e fresca”, afirmou Bellis.

Foi em Abril de 2017, após um encontro com uma adversária que batia forte na bola, que Cici sentiu os primeiros sintomas: dores nos braços durante vários dias. O primeiro diagnóstico de tendinite obrigou a descanso e a jogadora voltou à competição no ano seguinte, mas as dores persistiram e alastraram ao cotovelo. Resolveu deslocar-se à reputada Mayo Clinic e a rotura no tendão detectada no pulso obrigou a uma cirurgia. Logo depois seguiu-se uma raspagem no cotovelo e, mais tarde, uma segunda intervenção no pulso – para encurtar o osso e colocar uma placa. Mas o braço ficava inchado sempre que jogava; afinal, a placa era demasiado grande e teve de ser trocada. Em Outubro último, um médico disse-lhe que não podia volta à competição. Um mês depois, CiCi já ganhava encontros no circuito profissional.

“Poder competir foi um dos meus melhores momentos do ano passado. Estava muito entusiasmada em cada encontro, até no aquecimento”, recorda Bellis. Em Melbourne, repetiu o feito obtido no US Open (2016) e Roland Garros (2017) ao chegar à terceira ronda, depois de afastar a checa Karolina Muchova (22.ª), com um duplo 6-4 – a sua sétima vitória em Grand Slams. Para estabelecer uma nova marca nos majors, Bellis terá que ultrapassar a belga Elise Mertens (17.ª), uma adversária que já derrotou… em 2018.

Karolina Pliskova, Simona Halep, Elina Svitolina, Belinda Bencic, Kiki Bertens, Angelique Kerber e Garbiñe Muguruza passaram igualmente a segunda ronda.

No quadro masculino, Rafael Nadal, Daniil Medvedev, Alexander Zverev e Andrey Rublev venceram sem ceder qualquer set. Gael Monfils e Nick Kyrgios ganharam em quatro sets, enquanto Dominic Thiem, David Goffin, Stan Wawrinka e Karen Khachanov foram obrigados a maratonas.

Thiem desperdiçou uma vantagem de 6-2, 5-3, frente ao australiano Alex Bolt (140.º), mas foi claramente mais forte nos quarto e cinco sets. Goffin e Wawrinka também só ganharam o quinto set após mais de três horas de jogo, mas Khachanov só superou o sueco Mikael Ymer (78.º), por dois pontos, no match tie-break, ao fim de quatro horas e 34 minutos: 6-2, 2-6, 6-4, 3-6 e 7-6 (10/8).

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